DO SOLITÁRIO PRAZER A QUE SE USA COM AS MÃOS OU COM OS DEDOS
N'avidez pelo que ama... ao que se retêm
E quanto abunda nas lembranças,
[quando então se ausenta (não se tem)!
Todavia, não solta, oh! de form'alguma larga pelo que se agarra
Ou mesmo que s'esteja apenas na sutileza de seus digitais toques
Ah! esta torrente de prazer a que não pede que lhe serene!
E, quando, pois presente, a todos deleita:
Homens e mulheres... ricos e pobres... enfim, todos!
Seja pelo que se segura e apanha... com suas mãos
Seja, de igual modo, tão somente com as pontas dos dedos
E para ambos casos um universo de satisfação... ledice... felicidade
Ai! Que delícia!
Ó intenso gáudio! Ó acentuad'alegria!
No regozijo a se fazer sempre com suas mãos
Ou nas extremidades de seus dígitos... com o dinheiro
Esteja-o, pois agarrado... ou no instante que o conta... delicadamente
Ao que distrai a mente por seu encanto que tão mente!
D'aquela a suspirar d'ante sua imagem e forma
Oh! E quanto não o quer que tal delicia (ou feitiço) se dissolva!
Neste mundo em que a felicidade é tão apenas sombra que se vai...!
E assim, do que concreto s'é (e não imaginário)
Pegar no dinheiro... e mantê-lo no que firme o prende
Ou simplesmente contá-lo a partir dos dedos
Eis então a preferida masturbação de quem s'é rico e abastado
E também d'alguns pobres (quando estes o têm!)
Todavia, quando acaba – o dinheiro – oh! quanta frustração!
Tal como em qualquer outra forma... de masturbação
[quando então... se finda!
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03 de dezembro de 2019
Fausto de Deus
Enviado por Fausto de Deus em 03/12/2019
Reeditado em 05/12/2019
Código do texto: T6809659
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