Uma Despedida sem Adeus

Se eu tivesse que partir
diria ADEUS para vocês.
Mas isso não vai acontecer
Porque se eu o fizesse,
sairia daqui apenas um corpo vazio,
pois o meu coração, a minha alma,
a minha alegria, o meu bom humor
ficariam com vocês.
Gostaria de, neste longo fim de vida,
ter o carinhoso apoio de vocês.
Momentos de felicidades
para superar as horas mais difíceis
da minha existência.
Quando eu precisava de tudo
e nada tinha para oferecer, para dar.
Não esquecerei dos dias difíceis que passei.
Não oculto que na longa e espinhosa estrada da minha vida
só encontrei urzes, amarguras e desilusão.
Mas agradeço a JESUS, como agradeço,
pelo fato de me haver dotado de um temperamento
com o qual, tal como as crianças e os passarinhos,
chorando na hora da dor,
cantam para esquecê-la.
Foi desse modo que tive forças para lutar.
E, onde também, adquirir tantos sofrimentos
que nada mais é do que uma ferida
que a alma inflige ao corpo.
Mas lutei.
Se a vida é tão efêmera para fazermos o bem,
Seria um desperdício fazermos o mal



Marieta Favacho, professora, minha mãe, falecida em 25/09/1986. Dela eu herdei o hábito de ler e dom de escrever.