TOCA, ZÉ!

Toca, Zé,

A toada da bela roça,

Aquela da linda palhoça,

Encrustada no meio da serra,

Toca, Zé,

Toca no meu coração,

Que depois desta imensidão,

Já não pensa mais em guerra.

Toca, Zé,

Traga logo todo mundo,

Para este lugar fecundo,

Desta lida ingrata e insana,

Toca, Zé,

A poeira de terra da estrada,

Pois a luta já foi deflagrada,

E o povo permanece sem grana.

Toca Zé,

A manada de bois e bodes,

Isso é só pra quem pode,

E não para quem quer,

Toca, Zé,

Põe pra fora toda alegria,

Traz o bem do dia a dia,

E todo alimento que puder.

Toca, Zé,

Planta arroz, feijão, aipim,

Batata doce, cenoura, amendoim,

Tomate, couve e pimentão,

Toca Zé,

Toca no assunto, dá nome,

Às maiorias que têm fome,

Expulsa os vendedores de ilusão.

Toca, Zé,

Prepara a nossa pinga,

Na restinga ou na caatinga,

No beco, gueto ou favela,

Toca, Zé,

Canta sua romaria,

Que é a mais pura poesia,

Berço desta imensa aquarela.

Por: Jaymeofilho.

Jaymeofilho
Enviado por Jaymeofilho em 02/01/2020
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