Páginas em branco

Nossa história está cheia de páginas em branco.

Já faz algum tempo que eu parei de contar

As coisas imaginadas.

E não são as páginas vindouras,

Mas, sim, as paginas passadas,

Onde nada aconteceu:

Não vi o teu sorriso,

Não ouvi a tua voz,

Não senti a tua presença,

Estacada num canto qualquer da minha memória.

Tudo de real entre nós ficou distante.

Hoje, eu sou apenas uma melodia

A espera de uma letra.

Uma melodia triste,

Que chora a tua ausência.

Estou a ponto de desistir dos meus sonhos,

Não tenho ânimo para carrega-los.

Mas não quero perder a esperança.

Pois que desistir de você,

Seria a quebra da minha promessa.

Um dia eu jurei nunca te esquecer.

A última imagem real que tenho

Me veio a memória:

Você, de pé, no semáforo, esperando para atravessar.

Blusa laranja, bermuda bege,

Seus cabelos curtos, cacheados,

Davam-lhe um ar jovialidade.

Num átimo, a fantasia desencadeou:

Você aceitou a minha carona pra eu te levar pra casa.

Entrou no carro e me surpreendeu

Com um beijo na boca, cheia de saudade.

A impaciência dos motoristas atrás me mim,

Impeliram-me a retomar a marcha,

A seguir o meu caminho.

Deixando para trás a oportunidade

que o acaso né dera de sentir teu cheiro,

De ouvir a tua respiração,

O teu olhar querendo guardar o momento.

Resta-te saber que o meu amor por ti permanece.

As páginas da nossa história não vão continuar em branco

Talvez com uma longa ausência de fatos reais.

Porém cheia de coisas imaginadas.

Meu amor por você sempre será real.