AH, SAUDADE!
Sobre os risos que rasguei
Tantos seixos, meros descasos
Sentado à beira da praia
Uma rede, uma vida inteira...
De sonhos, de sonhos.
Das irmãs em claro
Quantas chagas, pelo forno
A forja do aço, no morto arco
Uma roda, uma foice
E o tempo agindo, a bisbilhotar.
Sobre os idos que falhei
Deitados, encharcados de gin
Ao toque sereno duma alvorada descalça
- plangente e fina
Uma estampa florida a se ocupar de nada.
Só para chorar de rir
Para me cobrar dos risos que ocultei...
Nessas páginas, átimos salgados
Há de se ter a lebre, ferina e incauta
A gingar à frente do espelho
Um sorriso morno, aferido
Com léguas de imobilidade
Mas, com toda pinta de saudade.