A finita ordem do caos infinito.
Tenho tanto pra dizer, mas de que adiantaria?
Se as palavras fossem simples de entender
Aí sim, de alguma coisa valeria
A comunicação existente, entre os seres ditos “inteligentes”
Torna tudo tão confuso, distorcido e até inexistente
Típico e previsível, de cabeças pensantes sem mentes
Só quero do mundo, o vazio que me preenche
Do horizonte, o infinito reluzente
Quero ir onde ninguém nunca foi, nunca irá
Onde não haverá outro igual a mim
Onde não haverá continuidade do que sou feito
Só desejo o que é perfeito
Mesmo que signifique, minha existência deixar pra lá
Pois de desgraça, cheio esse mundo acabará
Não que eu me considere puro, perfeito ou especial
Mas onde não houver mais de um pra disputar
E seja lá o que for disputado, em silêncio a paz reinará
E minha paz é minha pudica premissa, é essencial, vital e humana
Humanos somos todos, e como tais, um vírus infeccioso
Quem sabe não é hora da natureza em sua infinita sabedoria
Eliminar o problema crônico, fazendo o que é certo?
E finalmente reinar absoluta, sobre o que é seu e desta vez, correto
Chamam de vida tudo que causa a morte
Sangrar pra viver, viver para matar
Matar para viver e orar por sangrar
Basta uma opinião, uma diferença de ideia, uma cor inadequada ou um desejo mal visto
E a guerra então recomeça, reina novamente o desejo de morte em cada célula
As vezes a muito tempo guardado e enrustido
Surge como um vômito, ganhando espaço fora de onde tem se escondido
Está dentro de nós, e também, por fora de nós
Está no que vemos, ouvimos, sentimos e dizemos
Somos um erro no sistema, um “Bug”
Uma falha na evolução que perniciosamente persiste e insiste
Isso nunca mudará, somente aumentará e, por fim, destruirá
O que não lhe pertence, nunca pertenceu
É um engano achar que o hoje amanheceu
Apenas o sol iluminou, o que inevitavelmente todos os dias procrastinou
A finita ordem do caos infinito.
Cláudio Saiere.