O teto branco -1

A memória de quem eu era

A ideia não surgiu aconteceu

Desculpe por não ter escrito antes

A memória de quem eu era

O quarto sempre branco, as paredes brancas, o teto branco. Eu sempre tive uma estranha relação com o teto branco, a visão voltada para cima, para o alto. Meu pano de fundo para a meditação. Num certo momento da vida percebi a sua presença, soube que podia dialogar com ele, que me ajudaria a pensar sobre questões de foro íntimo. Foi assim que o teto branco passou a ser uma companhia simbólica em minha vida. Esse universo branco, limpo e puro tem sido meu recurso expressivo, meu “canto” para entrar em contato com meus sentimentos, conversar com meus botões e espinhos. Considerar, ponderar, questionar, chorar, rir. Enxergar minhas capacidades, minhas fragilidades, minhas deficiências. Jeito de olhar para o eu. Maneira de perceber que a cada dia não sou mais a mesma pessoa.

*Trecho de "O teto branco" autopublicação de minha autoria

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 24/05/2020
Reeditado em 03/06/2020
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