Na tocaia do infinito

Túneis se afunilam e estreitos se alongam.

Um par de olhos na tocaia do infinito

espiona qual mulher virá nos braços do amor

e nessa folha de água se rabiscam

os suspiros ébrios de quem já vai.

Estrelas de vinho pingam candura

à plena luz solar que virou meu coração.

O passado ao presente se aproxima

sazonando milharais dourados

como se nunca houvessem murchado.

Atrás das paredes os ecos e dos luares os sóis,

da saudade a volúpia de um passado proscrito

que o destino reticente desenterrou.

Astros incompreendidos aprendem a emoção,

ambrosias brotam nas estrelas,

todo o Céu no chão, ao som de violinos,

perfumando na minha alma,

a vasta amplidão feita de amor.

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 18/10/2007
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