A morte do sorriso

Houve um sorriso muito engraçado; nele existia malícia, existia vergonha, ninguém podia passar sem perceber o quanto era valioso, ninguém que realmente entendesse o significado desse sorriso podia dormir em paz consigo mesmo. Era um sorriso feito das estrelas, para as estrelas, do mais puro e simples amor. De dentro dele nascia um misterioso encanto, uma esperança. Os pequeninos vibravam esperando vê-lo muitas vezes no adormecer e no despertar de mais um dia. Ele era vibrante como a manhãs ensolaradas de domingo, como o luar das noites que me faziam sonhar, um sonho perdido no ar. Havia nele um verdadeiro amor, sem a exigência, nem a trama do malfeitor. Havia uma fragrância da natureza humana, um gesto amigo; era um milagre da vida. Como sabemos os milagres da vida tem proporções tão grandes que acabamos nos tornando partículas pequenas perto dela. Se for verdade que esse sorriso fazia parte da preciosidade humana da vida, então ele fazia parte da minha vida, do meu dia a dia.