Quando vim morar para esta casa, em Almada, há 44 anos, descobri uma plantinha assombrosa que não precisava de terra nem de água!

Não a descobri na casa, que era nova, mas em alguma florista dos arredores, porque a paixão pelas plantas nasceu comigo e comigo vive!

A plantinha tinha aspeto de pluma verde, era macia e vivia feliz, colocada num toquinho de madeira, numa parede do hall.

Outras pessoas muito jovens vieram, tal como eu, fazer ninho neste prédio acabado de fazer, umas com filhos pequenos, outras com filhos para nascer: era o meu caso.

Bom dia vai, boa tarde vem, íamos indo e vindo dos nossos empregos e, enquanto se pedia licença para fechar a porta, um olhar curioso sempre espreitava através da porta.

Aquela plantinha, que era de verdade, mas não se alimentava, gerava curiosidade.

Ofereci aquela misteriosa planta a uma vizinha, adquiri outra, que também ofereci…em suma:

perdi-me dela!

Ficou a linda imagem de tufuzinho verde e macio: Feto do Mar ou Feto Marinho.

Por viver do ar, seria uma “planta del aire” ... mas, apesar de muito a procurar, nunca mais a encontrei!