Roupa Suja
O som toca Alto
Atinge a alma
O poeta se inspira
Amente decola
Tantas lembranças
O passado que visita
O pensar que não para
Testa cada idéia
Analisa antes da escrita
Nascendo rimas
Que por si só, se declara.
Claro que me lembro
Chego a sentir o gosto
A sensação do momento
Mas em um suspiro
Me contenho
Não posso voltar ao tempo
Aonde minha vontade era o Mundo.
Haaaaaa voa
Saiba do que quer e se mova
As idéia fica mil graus
Quando um descorda
A inteligência é posta em prova
Sangue frio
Cara fechada
Mente que bola o plano
Da próxima jogada
Aonde o amanhã
Se torna uma conquista
Pra quem acorda.
Sei lá
O que acontece
Deus, acima de todas as coisas
Essa é a verdade
Aonde cada escolha, trouxe uma jornada
Meus olhos acharam o paraíso
Mas o ser humano veio com a praga
Tanto ódio, revolta, desigualdades
Julga estar na razão
Vozes pra quem se cala, mais igualdades
Mesmo estando certo peca
troca os pés pelas mãos
Entra metendo o pé na porta
Jogando palavras
Ofensas que machuca
Mais que um tapa na cara.
Então o bicho pega
Nada mais volta a ser como era
Mas a vida sempre continua
Pra frente se vai
Mesmo quando se estaciona
Pois a Natureza nunca o abandona
O elevando acima de todas as coisas.
Sempre em busca de algo
Se vê sozinho em muitos mundos
Caminhando como eremita
Observando tudo
Sentiu o gosto da loucura
A paixão da carne
O Amor da Alma
Doce prazerosa
Toque magistral
Pegada monstra
O que tanto importa
Tive de sobra
Hoje não faz mais, tanta falta
Se tem quando necessita
Quando possui, usa, doa, abusa
Na despedida
Sente se usado, como uma roupa Suja.
Tô ficando velho
A juventude se foi
Mundo caótico
Na janela da sala
Vejo a madrugada passar
Palavras ao vento
Busca um sentido
Sobrevivo na luta, consciente e esperto
Pra quê sempre
Seja lembrado, por quem nem conheço
Estranhos como eu
Que pela facilidade é ignorados.