Retrata essa (*)?

Seca fonte de água na fronte solitária na madrugada.

Acordo, já é tarde, me arrependo do que fiz.

No compromisso, antes, pelo menos não estou só na indolência.

Competência? Ih, estou doido pra cumprir.

Sinceramente!

Minha gente necessita que eu dê o melhor de mim.

Vejo o mundo, odeio isso, foi-se o tempo dos gênios.

Gênio agora é outro nome para talento.

Ta lenta a apreensão. Liga não. Espero mesmo que não entenda.

É, de certa forma, intencional. Não quero abrir-me tanto assim.

Não sou adepto do romantismo, nem de nada.

Minha geração é assim: somos fruto de “o sonho acabou”.

Estamos mortos e nem sabemos. Morremos junto com Jimi Hendrix.

Nascemos natimortos. Nossa morte aconteceu lá pelos sessenta.

E os hippies já não se assentam na praça de Londres,

enfrentando o chafariz.

Ainda vendem as bugigangas. É verdade! Mas, qual o lugar

dessas figuras hoje?... Alguém jovem sabe? Alguém maduro lembra?

Sequer cogita, permite? Não o preconceito não permite.

Nossa overdose não é, de modo algum, ideológica.

É puro hedonismo. E como tem havido overdoses...

Individualismo do pior. Alguns até tentam imitar Dionísio

(eis aqui um pra vosso gosto e vossa crítica). Menos mal?

Não sei. De qualquer forma: Competência? Ih, estou doido pra cumprir.

Sinceramente!

A indolência apenas não deixa.

Quero cultivar as madeixas das meninas. As de baixo e as de cima.

Abrir um largo sorriso. Correr na beira da praia.

E como dizia alguém que eu não sei: “Here comes the sun”

(Caetano talvez).

Quero abrir os braços ao sol, queimar a pele, surfar nas ondas,

Olhar o que o biquini esconde pelo que ele mostra.

Provocar a menina muito, muito, deixá-la doida e levá-la

À uma sala escura, com apenas quatro paredes

(não seja maldoso. É cinema...). Te enganei de novo.

É isso mesmo!

Curtir a noite. Na Lapa tem uns barzinhos divinos.

Na Praia Grande, em São Luís, é interessante ver os bichos-grilos

Ao som do reggae, mangue-beat, mpb (piegas que só vendo, mas vale),

O cultivo da cultura inútil, dos cabelos transados, da negritude cool,

Da bobagem cool, pseudo-intelectualismo verborréico naquelas atitudes, purulento, e o pus é ele próprio.

Essa moçada não sabe mais o que pensar.

Nem sabe o que é lutar.

Vai-te dançar e trois ne pas, (não foi o que quis dizer. I said, with three yeah, yeah)

Quis dizer trepar na ávore mesmo. De dois, de três, para brincar.

É só o que moçada sabe fazer, alguns até mal, ultimamente.

Graças que faço bem! Pelo menos isso.

Hehehe hahaha. Kkkkk. Viva os chats e msns da moçada.

Viva os inúmeros inícios e términos de noitadas

Que se fala muito sem se falar nada:

“c ta fim de tc?”

Na penumbra gratuita da noite, quero o sorriso da menina,

Quero o seu punhado de ofertas, o seu dizer “não” ao papai,

“Eu me cuido”.

Ou “sinto muito, mamãe, os tempos são outros...”.

Quero suas doidices lindas, marotices encantadas.

Escondidas virtudes e virtudes reveladas,

Deslavadas, taradas, noitadas, resvaladas em incontáveis

Momentos instantâneos de luxurioso deleite.

Não quero saber nada de nada de porcarias como

O conhecimento do individualismo metodológico,

Simbolismo, etnometodologia, hermenêutica, fonologia,

Estruturalismo, lingüística.

Para alguns, ser professor universitário é bom porque rende alguns louros...

Ou louras, conforme o gosto de cada um.

De qualquer forma, vai além da sala de aula.

Cansei disso tudo e fui e estou sendo gestado nisso.

E não saio disso, minhas gentes.

Devia ter nascido em outra era.

De qualquer forma:

Competência? Ih, estou doido pra cumprir.

Sinceramente!