A figueira branca

Lá ficava ela

Toda imponente e frondosa

Às margens do riacho

Em cima da pedra grande

No meio da mata atlântica

Com suas raízes enormes e longas

E copa fechada e exuberante

Que serviam de moradia e abrigo

Para vários pássaros e mamíferos

De vez em quando...

Depois que chegava da lida

Meu pai corria para lá

Sentava em uma de suas raízes

Com o velho violão nas mãos

E arriscava algumas modas boas

Enquanto, ela balançava feliz os seus galhos

Exibindo a sua linda e verde copa

Eles trocavam confidências

Meu pai falava das suas conquistas

Dos seus sonhos e frustrações

Eles não se largavam, eram melhores amigos

E foi assim, por várias décadas

Hoje, meu pais se foi...

A figueira branca, ainda continua lá

Não sei por quanto tempo

Abandonada e desfolhada

Ao lado do riacho poluído

Numa imensidão de tristeza

Que é de doer o coração.

Candio Domingues
Enviado por Candio Domingues em 15/12/2020
Reeditado em 15/12/2020
Código do texto: T7135903
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