Saudade

saudade não sei do que
saudade
saudade
não sei por quem e nem porque
saudade, saudade
de tempos já consumidos  pelo fogo da vida 
 tempo perdido que não será reposto
ou por sua falta 
lembranças
claras como labaredas 
quantas recordações 
pequenas glórias ordinárias 
derrotas e frustrações 
de dias azuis como o céu 
ou cinzas   
 dias que  se foram,
lembranças, gestos, afetos, rostos      
 saudade,  dói, dói
saudade o que  é você?
que me consome não sei por quem e nem porque
 labirintos da memória 
em sincronia com o coração  apertado 
sentido ou falta de  
nada ousa escapar  ao que vi  senti
ao que esteve em minhas mãos e o que   deixei passar 
saudade 
não sei do que 
do que me falta talvez 
não sei dizer 
coração bate ao ritmo de taquicardia 
flores, dias, esperanças, esperas, idas, partidas
choros, velas, mares, rios   
ela
a saudade 
revela 
pra dentro 
o que foi o que nem chegou a ser 
o que foi prazer, 
o que foi anoitecer, 
amanhecer, 
o que foi amor 
o que foi dor
saudade daquela flor 
daquela estrela 
do meu  fascinio pelas coisas singelas 
minhas visões de mundo destituidas de filtros,  freios 
saudades 
saudade soul     
ouvindo 
Saudade No.3 (Roland Dyens)
tocada por  Alexandra Whittingham