TRAGÉDIA GREGA

Antropomorfica fêmea dos meus anseios.

Te imanaste e agiste como deuses e deusas

Como Ariadne prendeste-me em tua teia

Minhas forças foram sugadas por ti qual Hidra de sete tentáculos.

De mim ficaste escondida nos labirintos do Minotauro.

Reencontrei-te metamorfoseada em tantas formas.

Nunca em ti pensei com tantos aspectos

Pensava ser apenas um espectro

Que amei por toda minha vida desde a adolescência

Embora como espectro não te olhasse,

Ainda te amei em tua multiplicidade.

Escondeste de mim tua realidade

Mas ti vi como Afrodite mergulhada nas espumas,

Saindo do oceano como a mais bela das fêmeas.

Desnuda ficaste para mim como a mais bela das deusas

Iluminaste-me com os raios prateados do teu corpo

Qual Selene estonteante e bela.

Uni-me a fêmea verdadeiramente fêmea,

Provando do néctar proibido de suas entranhas,

Que nem mesmo Zeus teve ao direito degusta-lo.

Ao mesmo tempo enganaste-me como Circe

E como Ártemis feriste-me com tuas setas.

Como Cupido fizeste o amor crescer em mim

No, entanto submeteste-me ao sacrifício de Perceu

Permitindo que as Áquilas destruíssem-me as entranhas.

Contraditoriamente livraste-me dos ataques de Pã

Trazendo-me ao presente quando Pã me fez ausente.

Tiraste-me do Hades levando-me a felicidade dos Campos Elísios.

Fizeste-me virar Odisseu iludido pelo canto das Sereias.

Enfim, abandonaste-me na Gea

Como o mais míseros dos mortais

Retornaste ao labirinto das contradições.

Onde te escondes deusa da minha vida?

Embora, todos deuses e deusas representes.

Levaste este mortal a uma tragédia grega.

28.09.2005

Tadeu Costa
Enviado por Tadeu Costa em 17/11/2005
Reeditado em 18/11/2005
Código do texto: T72597
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