Sobre Janelas e Touros
Em nosso mundo as lâmpadas tocam a áurea dos touros,
Dão-lhes o imaginário da visão.
O preto e branco brilha aos olhos inconstantes dos cegos;
E o colorido padece assim... ao fundo da relva.
Em nosso mundo os gritos do povo são de gozo, pois o touro caiu, o touro se foi, não mais ameaça os nobres cegos...
O sangue escorre e a geléia discorre ao som da catarse
É um zumbido estranho: conserva-se em silêncio até explodir em devaneio.
Em nosso mundo as janelas que se abrem e iluminam a vida - fecham-se por sentença....
É a arena!
Caminham agora a janela e o touro, de mãos dadas;
Pobres, não coitados!
O matador é impiedoso... cumpre regras.
O povo por sua vez irrompe em alegria, salivando de raiva - no pequeno estalo - ao passar dos condenados.
São poucas as janelas que se abrem, são poucos os que desafiam o preto e branco homicida.
E o touro, o que passa?
Foi esquartejado, mas foi feliz caminhando à morte!
Venceu os muros e abriu as janelas ao colorido!
Foi feliz pois sentiu o sopro da existência!
Conheceu por fim o Universo Paralelo...?(!)