Sobre Janelas e Touros

Em nosso mundo as lâmpadas tocam a áurea dos touros,

Dão-lhes o imaginário da visão.

O preto e branco brilha aos olhos inconstantes dos cegos;

E o colorido padece assim... ao fundo da relva.

Em nosso mundo os gritos do povo são de gozo, pois o touro caiu, o touro se foi, não mais ameaça os nobres cegos...

O sangue escorre e a geléia discorre ao som da catarse

É um zumbido estranho: conserva-se em silêncio até explodir em devaneio.

Em nosso mundo as janelas que se abrem e iluminam a vida - fecham-se por sentença....

É a arena!

Caminham agora a janela e o touro, de mãos dadas;

Pobres, não coitados!

O matador é impiedoso... cumpre regras.

O povo por sua vez irrompe em alegria, salivando de raiva - no pequeno estalo - ao passar dos condenados.

São poucas as janelas que se abrem, são poucos os que desafiam o preto e branco homicida.

E o touro, o que passa?

Foi esquartejado, mas foi feliz caminhando à morte!

Venceu os muros e abriu as janelas ao colorido!

Foi feliz pois sentiu o sopro da existência!

Conheceu por fim o Universo Paralelo...?(!)

Thiago Castro
Enviado por Thiago Castro em 17/11/2005
Reeditado em 19/11/2005
Código do texto: T72709