A CANÇÃO DA ESPERANÇA


A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.
Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.
-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.
No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.
Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.
Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.
De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.
-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.
Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.
- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,
Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.
Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,
-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.




A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.



A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno

- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,

A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.

-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.















A CANÇÃO DA ESPERANÇA



A menina repetia o mesmo ritual todos os dias.

Logo após o almoço, a mãe descascava laranjas e os filhos ficavam ali deliciando as frutas. Muitas vezes, a vizinha e comadre Laura, acompanhava a família com seus três filhos. As conversas das comadres eram sempre animadas. Na cidadezinha tão pequena todos se conheciam, a vida era monótona, mas as pessoas solidárias.

- Já estou indo, Nina. Tenho muito ainda para fazer em casa.

-Venham filhos! Eles insistem - Ainda é cedo. Mais um pouquinho só.

-Eu também, tenho que arrumar os três menores que estudam à tarde. Sei como é.

Todos saiam do banco, as mães com seus afazeres, as crianças com outras brincadeiras, a escola. Só Larissa continuava ali. Agora, deitada na prancha de peroba só para si. O rosto voltado para o céu. Nesse momento o céu era seu território.

-Larissa, já tomou muito sol hoje, entre. O sol está muito forte, filha.

-Estou conversando com as nuvens, elas me mostram muitas imagens lindas, quero descobrir onde fica o infinito. Às vezes, parece que vejo um senhor velho, branquinho e barbudo. Ele se mistura com às nuvens e depois desaparece. Acho que é Deus. Minha amiga disse que o dedo de Deus fica girando, girando e, aponta para algumas pessoas que olham para o céu. Para quem ele aponta o dedo, terá muita sorte, será muito feliz e terá sucesso em tudo que fizer.

- Meu bem, são apenas nuvens e Deus olha para todos. Tudo isso é só imaginação. Larissa duvidava das palavras da mãe, sabia que um dia, o dedo de Deus apontaria em sua direção. Ela então, poderia comprar coisas bonitas para sua mãe e os oito irmãos. Todos teriam brinquedos bons, sua mãe não precisaria trabalhar tanto. Compraria roupas bonitas também, já que seu pai ganhava pouco com seu trabalho. A menina com o passar do tempo, cansou de esperar que o dedo de Deus apontasse em sua direção e, um pouquinho zangada disse:

- Vou deixar assim. O dia que Ele quiser apontar o dedo para mim, tudo bem. Quero estudar muito e ser igual meu irmão mais velho que está se formando. Quem sabe vou para um colégio numa cidade grande igual à que ele está. Quero ser médica e das boas. Cuidar de muitas crianças.

A mãe ficava triste, gostaria de ter melhores condições para proporcionar mais conforto para seus filhos. Depositava sua esperança no filho Antônio. Ele terminaria sua graduação no ano seguinte. Começaria trabalhar como advogado e assim, poderia ajudar os irmãos. Na formatura dele, os pais não cabiam em si de felicidade.

-Filho, agora você é doutor. Orgulho para o pai que sempre sonhou ser um advogado e conseguiu ser um escrivão de justiça. Eu me sinto realizado através de você, filho.

Logo, Antônio estava preparado para advogar. Abriu um escritório de Advocacia com um colega. Aos poucos foram conquistando clientes e se destacando na advocacia.

Larissa ficou mais estimulada a correr atrás de uma oportunidade para realizar seu sonho e, na primeira oportunidade que surgiu, agarrou, Era uma importante olimpíada de matemática a nível nacional que sua escola. Como ótima alua nessa disciplina, foi escolhida para representar seu colégio. Era uma delas.

Ficou em primeiro lugar. O prêmio era uma bolsa de estudos num colégio de renome nacional.

Malas prontas, Larissa ao despedir-se da família chorou muito. Estava indo realizar seu sonho, mas sentiria muitas saudades deles.

- Prometo que vou me esforçar muito e quando for médica vou ajudar meus pais e meus irmãos. Quero que todos vocês estudem bastante. Prometem?

-Em coro os irmãos menores respondem:

-Prometemos. Vamos ser homens importantes. Bombeiro, jogador de futebol, engenheiro. Lara, a mais nova seria professora.

Larissa se despede, abraça os pais. Eles dizem- Aprovamos sua escolha, filha. Ficamos aqui torcendo por você. Só nos dê notícias sempre. Qualquer problema nos avise.

A vida de Larissa mudou completamente. Novos colegas e poucas amizades, porque a menina embora muito inteligente

era pobre e tímida. A maioria dos colegas a ignoram ela tomou a decisão de ignorar as ofensas. Determinada disse não vou desistir. Minhas defesas vai ser ignorar as ofensas e, estudar muito mais.

Assim fez, tornou-se a aluna destaque da turma. Isso, irritava alguns colegas, mas ela aguentava firme. Quando escrevia cartas para os pais dizia que tudo estava muito bem. Não queria preocupá-los.

Sem roupas bonitas e só com a bolsa, a garota não podia se vestir como as outras colegas. Não ia a nenhum evento social. Seu quarto era o seu refúgio, lia muito e estudava mais que o exigido. Queria ser aprovada no primeiro vestibular. Sabia que medicina era difícil, mas depositava toda sua energia nos estudos.

A professora de matemática sabendo da história da garota conseguiu uma vaga gratuita num curso pré-vestibular. Era um cursinho comunitário onde professores voluntários davam aulas gratuitas para candidatos ao vestibular e, sem recursos para pagar um curso preparatório. Larissa achou muito boas as aulas e conseguiu tirar muitas dúvidas, pois estudava sempre sozinha com livros da biblioteca.

Enfim chegou o dia tão esperado. Ansiosa tentou concentrar -se nas provas.

Quando obteve o gabarito, a cada questão conferida, sentia um alívio. Cada acerto ela agradecia. Quando chegou ao final estava radiante. Acertou quase todas as questões.

Será que não me enganei? Conferiu a lista dos aprovados à procura de seu nome. Ele estava lá. Mal podia acreditar, olhou várias veze. Sim, sua classificação era segundo lugar em Medicina. Feliz, ligou para os pais dando a notícia.

-Quando vir de férias vamos festejar. Nossa futura médica.

No meio de tanta alegria, a inveja de uma colega a surpreendeu. Quando Larissa voltou para seu quarto viu suas roupas rasgadas, o quarto todos bagunçado, livros rasgados. No espelho, escrito com letras garrafais uma mensagem:- Você conseguiu ser aprovada, mas não fará o curso. Vou acabar com você antes. Se for reclamar na direção será pior. Somos muitos, você é pobre, caipira do interior e sem graça. Não tem ninguém aqui para defendê-la. Só vai perder de novo.

Larissa chorou toda a noite. No outro dia, não tinha uma roupa para vestir. Tomou banho, vestiu a mesma roupa do dia anterior.

Suas lágrimas e a chuva lá fora pareciam sintonizadas. Deitou-se novamente.

De repente, veio em sua cabeça o mesmo pensamento de quando olhava para o céu e esperava que o dedo de Deus apontasse para ela. Larissa era criança novamente, mas no teto branco não havia nuvens e nenhuma forma humana ou sagrada.

-Acho que eu era uma criança muito bobinha para imaginar Deus tão perto.

Ela adormeceu. Acordou com alguém batendo na porta.

- Larissa, o diretor quer falar com você. Era Paulo o único amigo que a tratava bem e a defendia quando colegas a humilhava,

Ela pensou. Devem ter inventado alguma coisa sobre mim. Mais uma mentira.

Um tanto amedrontada, foi até a sala do diretor,

-Entre Larissa. Como você está? Já soube de tudo. Paulo, um colega de sua sala, veio me contar tudo que aconteceu. Quem fez essa maldade com você será punido.

Não precisa diretor, agora só quero voltar para minha casa, onde sou aceita e respeitada.

- Não, porque você foi aprovada no vestibular em segundo lugar. Vai fazer seu curso de Medicina. Será uma ótima médica. Não deixe que ninguém roube seus sonhos, menina.

Sei que seus pais são pobres, mas você é inteligente e de boa índole. Siga seus estudos com o tempo nem se lembrará dessa ofensa.

Este colégio vai ajudá-la. Os professores da sua turma já fizeram uma doação para suas despesas de momento. No campus da Universidade você terá alojamento e outros benefícios. As meninas que rasgaram suas roupas terão até amanhã para trazer roupas novas para você. Os pais delas já estiveram aqui no colégio e, se responsabilizaram pela triste atitude do grupo. Disseram que não compactuavam com a atitude dos filhos. Tudo dará certo. Larissa olhou para correntinha que sua mãe lhe deu quando saiu para estudar, e não a tirava do pescoço. O presente passou ser seu escudo.

Olhou para o senhor Sergio Magrini, o diretor do seu colégio, rosto dele era sereno.
- Estou aqui e, o que você precisar procurarei ajudá-la. Sou pai e só desejo que seja feliz, tenha uma ótima carreira como médica,
A garota chorando, abraçou o velho diretor de barbas brancas e sorriso terno. Poderia ser seu avô.
-Acho que o dedo de Deus está apontado para mim nesse momento. O reitor sorriu sem entender o que Larissa queria dizer com a frase.