... da vida e deixei entrar os ventos que trazem alegria, cordialidade, tolerância, amabilidade e a felicidade. Depois, tratei de organizá-los, colocando-os cada um no seu devido espaço, respeitando a área total, que não é grande, com o cuidado de deixar livre o ambiente de circulação para novas ideias e preparando os espaços para as adaptações necessárias advindas das transformações naturais do processo evolutivo da vida.
 
Com o passar dos anos vem a necessidade de reorganizar os ambientes, deixá-los mais arejados, de substituir algumas peças decorativas, porque chega um tempo que a preferência passa a ser pelo que é essencial e não pelo o que é apenas decorativo.
 
Não tenho dificuldades de praticar o desapego. Assim, descartei, o que há muito tempo não fazia uso, por exemplo: os ressentimentos – aliás, estes estavam guardados em um depósito de inservíveis e de lá foram diretos para o lixo; o rancor – este eu nem percebi que havia entrado e, portanto, foi direto para o lixão.
 
Em contrapartida, outros artefatos ganharam um espaço privilegiados, a exemplo do perdão, da paciência e do diálogo.
 
Para que o ambiente continue em boas condições de uso e com o aspecto agradável, troquei as cortinas das janelas por um material mais leve, de modo que mesmo entreabertas permitam entrar, sem pedir licença, a gentileza e a gratidão.
 
Ah! O Sol e a Lua continuam convidados a entrar pelas janelas para iluminar os meus dias, mesmo que, com ou sem permissão, entrem os pingos de chuva, lembrando-me que as tempestades chegam, mas logo passam e, de novo, o sol volta a brilhar e os ventos suaves me fazem ser leve e aconchegada pelo amor.
 
Iêda Chaves Freitas
18.06.2021

 
 
Ieda Chaves Freitas
Enviado por Ieda Chaves Freitas em 18/06/2021
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