Paradoxo

Sou um escritor que não gosta de escrever. Pode soar estranho, mas é a realidade. Principalmente num mundo polarizado como o em que vivemos, penso que é mais qualidade à quantidade. Sem presunção de ser o suprassumo da atividade em questão, penso que a busca em ser útil, o porquê de se fazer, tem mais sentido do que a coisa em si.

A era digital, a internet numa velocidade fantástica, as redes sociais deram voz aqueles que precisam desabafar. Foi um avanço. Precisamos agora ajustar a fala em si.

Se o que falo apenas choca, prefiro o silêncio. Pois a fala é um pedaço da alma que deixamos sair para tocar outra alma. Um pedaço que é resposto pelo amor que colocamos em cada expressão. Uma energia que vai curar, reconstruir, outro alguém tão necessitado desse alimento como nós mesmos.

O que falamos ou recebemos tem a capacidade de gerar alegria ou tristeza. De curar ou ferir. De libertar ou aprisionar.

E usar bem esses recursos é um processo que depende de nossa capacidade de não falar e não escrever de imediato. Nosso ego é precipitado, nossa essência mais paciente. Para ouvirmos nosso interior, que é divino, necessário o exercício de não falar e não escrever.

Se você tem o hábito de conversar com Deus já entendeu ou vai entender fácil essa realidade. Pois é no silencio de nossa mente que recebemos as mensagens silenciosas do Ser de Amor.