Cada um sabe a dor e a delícia de ser como é

Em tempo de redes sociais e internet ultra rápida é muito comum as pessoas desabafem em público. E como diz outro poeta, Fernando Pessoa, tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Nesse caso, principalmente a alma de quem lê os desabafos deve ser além de si mesmo.

Pois somente assim conseguiremos captar que todos sofrem, embora de maneiras diferentes. É até banal à primeira vista essa afirmação. Mas vivenciar essa verdade é bem mais delicado. No, entanto, isso nos faz crescer individual e coletivamente.

Alguns sofrem por finanças, outros por afetos não correspondidos, outros por doenças próprias ou de entes queridos. Outros ainda por conflitos íntimos que lhes tiram a alegria de viver. E nenhuma dor é maior que a outra. E simplesmente a dor de cada um.

E quando estendemos a nossa alma para captar as dores alheias, esquecemos um pouco de nós. No melhor sentindo dessa expressão. Pois até mesmos nossos problemas passam a nos incomodar menos quando nos posicionamos dessa forma.

A palavra que pode mudar tudo é empatia. De fato e não teórica. E para ter empatia basta muitas vezes observar mais e falar menos. Criticar menos, cobrar menos, ouvir mais, tentar entender mais. Deixar as almas se comunicarem em silêncio.

Todos sofrem, é bom lembrar. Para aplacar nossa própria dor. Respeito é uma forma extraordinária de cuidado que somente que se atreve a esquecer um tiquinho de si pode oferecer.