Libetárias

Libertarás teu universo formatado

Encarcerado, desconfigurado

neste corpo ágil

Por entre as florestas tua oração, mãos erguidas em prece, como uma canção

Destoando a liberdade, desfazendo de todo o fel da vil maldade.

Teus animais, invocam teu poder por entre as ervas, tua alma nua e crua liberando tuas palavras, teu corpo e mente da clausura.

Libertarás teu universo dos escombros dos altares onde no passado foram veneradas, pedra sobre pedra erigem,

Sobre a terra que é parte de suas origens.

Libertarás tua essência mística, silenciada por causa da sua pluralidade em ser tantas versões... de poderes sem dimensões.

És mulher, evoca teu grito perdido, eia! Ecoa através daquilo que sentes, que pulsa, que geme, a voz quebrando o silêncio, caladas, massacradas, por tanto tempo, teu clamor está presente na memória do silêncio.

Gerações sentenciadas, queimadas, nas chamas do medo de tuas vertentes, sob o fino véu intolerância, aprisionaram tuas sementes por sombrias guerras travadas, a doçura mal vista, por ser quem és, intitulada fatal heresia.

Libertarás de tuas rédeas, corra pela terra, alma livre, libertarás teu coração, irromperá tua fé, de aceitar quem és, mesmo que doa na carne ter que recomeçar,

És ascensão, sensualidade, não meça jamais toda esta imensidão

Siga as rédeas do seu eu, livre!

caminhas agora sobre a névoa que oprime os sentidos, mulher...

Libertarás a menina, mulher, anciã...tens em teu ventre a trípice divindade,  seja fiel às tuas vontades, seja forjada neste fogo que transcende chamado total liberdade.

Maria Mística

Heterônimo de Andreia O. Marques