Procura

Caminho nos vãos das palavras

peregrinando sobre o tempo, sob meus passos, revivendo histórias inacabadas,

pela escassez dos meus versos.

Folheando páginas da minha vida, empoeiradas, rebuscando algum sentido que dê algum tom àquilo que não tem respostas.

Vou desmembrando partes minhas, sangrando versos tentando sentir algum resquício do fulgor que já senti um dia, sem o tormento que é mergulhar na letargia, na apatia de tudo que envolve-me, sentenciando a vida.

Sou milhares de histórias contadas, fábulas que perderam-se no caminho,

que vez ou outra sussurram dissabores

em meus ouvidos.

Apego-me à lampejos do que foi sentido, e por instinto ainda insisto...

cavando, sangrando o mais profundo do meu ser, tentando sentir ainda que seja um universo abstrato, criado em meus delírios a fim de sobreviver ao enfado.

Desde que a razão tomou-me os pensamentos, trazendo à tona meus lamentos, tenho urgência e fome de sentir a loucura ardente, tenho vagado à procura dos meus versos insurgentes.