Utopia

 

Não sou eu a estar na inconsciência

Do espaço vazio que habita meu ser

Na dimensão perdida e desconexa?

No caminho da volta toco-te.

Retomo a realidade, por um momento,

E bebo a palavra indigesta e dolorosa.

 

Quero a utopia dos gestos, dos fatos

Porque o sentir me humaniza.

A mim tem conscientizando, acordado.

Quero o patético mundo da mentira

na morada dos sonhos.

 

Incomoda refletir essas inverdades?

A verdade o meu ser a que omita,

Viver a eternidade ínfima desse amor

Que se quebra a cada esquina.

 

Serei uma farsa, uma comédia,

Um ser mutante

Ou a Metarmofose de Kafka

Vítima desse amor agonizante?

 

Sei que a esmo vago em rodopios,

No labirinto dos pensamentos nefastos,

No vazio que é o todo de mim mesma

A buscar a razão do holocausto.