Pobre corpo que abriga a alma. 
Ele limitado, ela infinita.
Como podem cohabitar...
Serem tão vizinhos,

inseridos num só ser.

O corpo tão comezinho.
Simples, lógico e, franzino.

Pobre corpo suspenso sobre a Babilônia.
Muitos idiomas.
Oceanos de palavras.
Infinitos sentimentos a atravessarem
pontes, brejos ou segredos.

Pobre corpo dolente.
Confessionário da dor.
Hematomas, inchaços e vestígios.
Todos anotados regiamente
pelo tempo, na pele ou na memória.

E, pior, gravados no inconsciente.

A nos sussurrar a nossa efemeridade.
Abrigo de nossa alma.
Passageiro da eternidade em signos
ou rimas. 
Para nos alegrar por aprender
todos os dias com o corpo dolente.

Superando um novo amanhecer.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 02/01/2022
Reeditado em 24/02/2022
Código do texto: T7420415
Classificação de conteúdo: seguro
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