Teria Ido
Quanto tempo tenho ainda de vida!? Tenho tido pouco espaço na mente para pensar nisto.
Mas no reverso, há pressa no querer em não perder a oportunidade de ser. Vivo com um corpo físico recondicionado, correspondendo aos movimentos de que necessito aos trancos e barrancos, e mesmo assim, é dele que tenho me valido para viver a pressa de querer viver.
Heloísa viveu um pesadelo pouco antes de acordar pela manhã. Eu teria sido atacada por um urso, e ido a óbito. Acordou chorando que havia me perdido. Que não queria me perder, que tinha medo de me perder.
Seu acordar não foi com o sorriso que ilumina minhas manhãs. Não relacionei com sua teimosia em querer ficar na cama, mesmo com meu chamado em alto som.
O Bob, cãozinho guarda da casa, nunca foi de amizades de colo com ela pela manhã. Mas hoje, Cedeu seu corpinho para ser acarinhado por ela enquanto chorava contando o pesadelo a mim.
Foi com seu soluço que me recepcionou pela manhã.
O abraço que correspondemos em meio a tanta tristeza vivida por ela naqueles instantes ao acordar, onde terminava de relatar o pesadelo, me revelou no ganho de profundidade do amor que está sendo experimentado nesta existência entre eu e ela.
O amor é a escola.