O rio em mim

Na minha memória

Ainda mora aquele riozinho da infância

Que passava cantando nos fundos de casa

Correndo feliz, contornando pedras e árvores

Com pressa de chegar logo ao seu destino

De se encontrar com outros rios

De passear pelas várzeas verdes

Contemplando o canto dos passarinhos

Os pequenos animais que moravam por ali

Desfrutando das belezas das paisagens

Das corredeiras e afluentes de águas límpidas

Das crianças que banhavam suas águas

Deliciando-se do sabor doce dos frutos

Do cheiro do mato e do aroma das flores

Ao longo do seu caminhar

De matar a sede de animais e plantas

Numa alegria de viver

Hoje, tudo mudou, o progresso chegou

Os animais foram embora

A vegetação toda secou

O riozinho, ainda continua lá

Não sei por quanto tempo

Não consegue mais correr, nem cantar

Debilitado e sem voz

Só se escuta o seu lamentar

Candio Domingues
Enviado por Candio Domingues em 31/05/2022
Código do texto: T7527563
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