Das estradas percorridas

Lembranças que permanecem vivas,

As estradas feitas sem retrovisor,

A saudade sem um ponto para pousar,

Assim me encontro diante da vida presente.

 

Fidelidade a mim mesmo,

Jamais traição ou apenas negação.

Nada parecia ser lugar de permanecer.

Fui e sou um homem da inquietude.

 

Isso nunca me deixou morrer.

Minha maior virtude foi a coragem,

Afastei sempre a covardia.

Se houver espaço de arrependimento

Talvez seja por não ter apressado algumas decisões.

 

A espera por achar que algo possa mudar

Me fez apenas postergar o que já era certo.

Mas isso só sei hoje,

Pois a sabedoria dos tempos calmos

Nos eleva no alto da vida

E nos faz olhar com mais brandura,

Mais amor,

E sem medo.

 

Viver foi sempre um ato de coragem,

De luta para abrir caminhos.

Viver foi um ato de amor à vida.