Caminho na noite sozinho

Caminho na noite, sozinho!

Caminho no escuro, penetro no silêncio! Vagueio por ruelas sem luz até finalmente chegar ao cais. A lua está cheia e a noite ganha assim maior sentido de medo e misticismo. Almas passeiam a meu lado, vagabundos adormecem nas docas, espíritos passeiam nas águas do rio que morreu. A água parou no tempo, negra. Ao longe ouvem-se estilhaços de vidros a partir, ladrões talvez. A noite vai nua e nova. Há fumo no ar, sombras passam por mim de relance. Há lama na estrada, pedras esquecidas e madeira abandonada. O vento sompra e anuncia um prenúncio. Vejo muito lixo no chão, percorro o caminho debaixo de luz amena. Ah! Sinto-me tão bem aqui, no sítio onde a ponte leva ao fim!

Eng Teixeira
Enviado por Eng Teixeira em 26/11/2005
Código do texto: T76446