lembrando meu Pai...
Hoje, mesmo que o vento devaste as lembranças, não deixarei de pensar no meu Pai.
Se fosse vivo, completaria mais um aniversário.
Seria, concerteza, um dia em que o olharia de forma diferente e mesmo que as palavras de reconhecimento faltassem, dir-lhe-ía tudo num olhar,simples, mas profundo.
Normalmente, os nossos Pais são os "melhores do mundo", mas o meu, era o mundo no seu melhor.
Era uma pessoa invulgar.
Pelo seu talento,pela sua cultura, pela sua justiça, pela forma como educava, olhava e sentia o mundo.
Era uma pessoa única.
Um talento que passou com humildade pela vida e viveu-a com a singularidade das coisas simples e autênticas.
Quando penso nele, peço à minha sensibilidade para que dite o que há de melhor, em mim, para escrever sobre ele.
Para meu desgosto, nunca encontrei inspiração que iluminasse as palavras e fizesse com que de forma ímpar escrevesse o texto mais bonito para aquele a quem tanto devo e cuja chama arde permanentemente no meu coração, na minha lembrança, na minha saudade.
O meu Pai...que os meus amigos adoravam, que as minhas amigas amavam, pela sua gentileza, pela sua educação, pelo dom da palavra e, sobretudo, pelo seu cavalheirismo.
Ainda hoje, esses amigos e essas meninas maduras, avós de um tempo presente,lembram e suspiram de saudade ao lembrar o "Senhor Santos"...
Hoje, é dia 27 de Novembro. Se o meu Pai fosse vivo, completaria mais um aniversário.
Hoje ao lembrá-lo, como em todos os anos que passam sobre a sua ausência, sinto que ele é cada vez mais presente, que a saudade é mais penosa e mais asfixiante.
Lembrar o meu Pai é morrer todos os dias um pouco na saudade, na lembrança da sua ausência.
...Porque Pais, há muitos, mas o meu, era ÚNICO!