A LUA ME DISSE...

A LUA ME DISSE...

Suplico ao vento que passa, rápido em suas andanças, que me liberte dos grilhões da tristeza que aperta meu peito, como um torniquete invisível... mas ele apenas passa, não ouve minhas queixas...

À brisa, faço um pedido: leva embora a minha dor! E ela me acaricia a pele, como se me consolando e segue seu caminho em que encontrará outros como eu...

As lágrimas represadas, escaldantes, por detrás dos olhos, de repente jorram em cascatas, sem que eu mais nada possa fazer para detê - las... É minha saudade que transborda com toda a sua força...

Olho para o céu e, vendo a lua brilhando em toda sua plenitude, um grito lancinante tenta alcançá - la, perder - se na sua grandeza espalhada em prata, levando consigo, meus tormentos... E antes que eu diga algo, um raio brilhante me alcança e me envolve como uma auréola, como um abraço aconchegante, e no meu delírio, pareço ouvir uma voz celestial a dizer - me: - Não chores... Não sofras.. Estou aqui para ajudá - la, protegê - la, inspirá - la, não permitir a morte dos teus sonhos, pois eu sou a tua mãe, a mãe de todos os poetas que amam, que sofrem, que vertem suas lágrimas cujos sons me chegam como o tilintar de gotas de cristal, caindo uma sobre as outras...Ouça... Ouça a cantiga do vento nas folhas, escute as verdades da natureza no ciciar da brisa nas flores que ressumam fragrâncias as mais diversas; no marulhar manso e melodioso do mar imenso, num raro momento de descanso que o céu lhe proporciona; no piar de um pássaro noturno; no aconchego do silêncio que só a noite mágica possui, em sua solidão... Tente ouvir esse silêncio dentro de ti, mesma... E te surpreenderás coma paz imensa que ele te fará sentir... É o mesmo silêncio que existe na miríade de estrelas que me cercam... Não impeças tuas lágrimas, deixe - as rolarem... Elas são o bálsamo que lavará e curará as cicatrizes deixadas em tua alma e então, vai, não tenhas medo de trilhar os teus caminhos... Segue trilhando, alma e coração abertos, sentindo a inspiração tomar conta de todo teu ser e se derramando em poesias sobre tudo e sobre todos, como magia que transforma, a ti e aos outros, ao mundo em que vives, fazendo dele não um cativeiro, mas um monumento à tua liberdade interior... E, principalmente, ama, ama a ti, em primeiro lugar, e poderás amar a todos, e poderás encontrar aquele por quem tanto clama, sofre e chora, o teu sensível coração de poeta...

Arianne Evans
Enviado por Arianne Evans em 15/12/2007
Código do texto: T779704