As sombras

Senhora Todo mundo parte um dia, e nem sempre é para sempre, nunca é para sempre, há uma hora indefinida em que é preciso voltar, mas não se volta para o mesmo lugar, nem mesmo é a mesma pessoa que volta, todavia o arquétipo nunca perde sua essência, e isso faz com que reconheçamo-nos uns aos outros mesmo depois de passado tanto tempo, aliás, o tempo nunca é tanto, jamais é demais, o tempo é sempre curto, e as pessoas que deixamos precisam saber, não é que precisam, mas pode ser que entre aquelas sombras que vimos há muitos anos, possa haver uma que queira nos ver, ver a nossa sombra também, em que matéria nos transformamos, se ainda somos o que planejamos que íamos ser...

É Senhora, há sombras que pensamos esquecer, e a verdade é que esquecemos mesmo, de verdade, de algumas, mas entre as sombras que pairam no intraser, no nosso ser, há as que não esquecem de nós, e por mais distante que elas possam parecer estar, estão pertinho senhora, pertinho, encostadas em mim, em você, e você sabe, eu também, para tocá-las basta querer...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 20/03/2008
Reeditado em 20/03/2008
Código do texto: T909783
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