Porta estandarte

A menina dos sonhos tinha lá seus segredos,
pois sua grande paixão vivia ausente.
Mas ela aceitava, doída, e dizia com medo:
sem problema, se puder escreve um acalento.

Quando podia estava com ele, e ele dizia:
-Estás linda, tanto quanto um dia de chuva.
Ela replicava:-você sempre me extasia,
mas não gosto de ser sempre a luva...

Dói demais, mas eu te compreendo.
E fechava os olhos num beijo doce.
Ela confessava coisas que não se entende,
mas escondia o que podia, o que fosse.

Ela dizia:-faz tanto tempo sem te ver...
Eu errei, pequei, nem sei mais o que;
mas eu não me arrependo,
porque bobo você jamais vai ser...

Você vai sempre saber de tudo
ou quase tudo o que eu fizer.
Se não na hora, será quando puder.
Penso em casar mas amo você sobretudo.

Pode brigar, xingar, aconselhar, ora,
pode fazer o que quiser. Eu quero você assim.
Mas não fala sobre isso, pelo menos agora.
Põe teu rosto em meu peito, fica perto de mim...

Só sei que pecado merece castigo de fato!
Vou responder um dia pelos meus atos.
Da vida eterna estou aparentemente fora,
mas não sei se vou responder agora.