ENTRE PAREDES

As paredes de uma casa escondem segredos que somente os seus moradores podem avaliar com precisão. Quem vive entre essas paredes sabe muito bem o que é tristeza, angústia, solidão, dor e sofrimento ou momentos de felicidade e sentimentos bons vividos entre essas paredes. Entre paredes é possível sorrir, chorar, aconselhar, ser aconselhado, compreender, ser compreendido e também ser alvo da incompreensão nas suas mais variadas formas.

Entre paredes é possível um chefe de família desempregado ou subempregado passar por sérias dificuldades, tendo o alimento escasso para alimentar a própria família, isso quando a despensa não está absolutamente vazia e a geladeira do lar somente com água para oferecer a uma visita que chegar. Entre paredes, esse mesmo chefe de família pode molhar o seu travesseiro com lágrimas sofridas durante as madrugadas enquanto a solução não vem. Entre paredes a solidariedade pode aparecer para dar o ar da graça trazendo consigo uma cesta básica para amenizar a dor desse pai.

Entre paredes é possível ouvir reclamações sobre um governo que institui um salário mínimo que transforma o povo em mendigo, e que está sempre com o pires na mão em busca de uma solução.

Entre paredes pode habitar uma família que seja completamente estranhos um do outro. A única coisa que um sabe sobre o outro é o nome e nada mais.

Entre paredes que estão entre outras paredes, é possível representar um falso amor, talvez por um interesse qualquer rotulado de amor, mas que de amor no fundo, não tem absolutamente nada. Quantos entre paredes fingem amar por causa da conta bancária do parceiro ou parceira, ou por causa dos bens que estão em jogo? A verdade é que vivemos em um mundo completamente hipócrita, onde o grau de hipocrisia aumenta de pessoa para pessoa, basta simplesmente observar. A coisa mais importante na vida de 99,9% das pessoas é o amor ao dinheiro e ao lucro, embora ninguém queira admitir, as atitudes dos seres humanos atestam o que digo. Se você acha que eu sou um mentiroso faça um teste agora mesmo: escolha uma pessoa que você tem em elevada estima e peça para testar, mesmo que você não precise, dinheiro, cheque ou fiado a essa pessoa e você irá se surpreender com o resultado. No mundo em que vivemos, o ponto mais sensível da maioria dos homens é o bolso, e quando isso acontece, prova de forma irrefutável que a maioria deles já perdeu completamente a sensibilidade para amar, ajudar e socorrer a quem quer que seja.

Entre paredes que recebem o nome de igreja, podemos observar a exploração do povo em nome da fé, onde cada um vale não pelo tamanho da fé demonstrada, mas pelo tamanho dos bens que possui. Os líderes religiosos que pensam e agem dessa maneira não aceitariam conviver com Aquele que nasceu em uma manjedoura e que não tinha nem mesmo onde reclinar a cabeça, a saber: JESUS CRISTO. Na minha opinião e pela experiência adquirida ao longo dos anos, a maioria das igrejas deveria se chamar banco arrecadador, porque é nisso que a maioria se transformou. Os líderes religiosas, em sua maioria, estão muito mais preocupados em quanto se pode arrecadar, do que com as almas que se pode salvar.

Quem não sabe o que se passa entre determinadas paredes, às vezes e na maioria delas, julga de forma errada, porque ninguém a não ser o próprio Deus é capaz de saber o que vai no fundo da alma, mente e coração de cada ser humano.

O mais importante de tudo, é que entre as paredes do seu coração habite sempre um morador ilustre chamado Jesus. Não estou falando de um Jesus pregado por qualquer religião, mas de um Jesus presente no coração de qualquer pessoa que seja capaz de amar, servir e ajudar ao próximo de coração, sem o menor sinal de hipocrisia. Estou falando aqui de qualquer pessoa que conhecendo o Evangelho de Jesus Cristo se propõe com a ajuda do Espírito Santo de Deus a colocá-lo em prática, pois saber e não praticar é muito mais ofensivo a Deus do que não praticar por não saber.

Antonio Alves
Enviado por Antonio Alves em 23/10/2012
Reeditado em 23/10/2012
Código do texto: T3948033
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