Sinto vergonha de mim.

Sinto vergonha

Me sinto esmagado por tudo que critico e abomino,

Carrego pesada tristeza que invade meu coração, quando assisto meu irmão na sua ignorância involuntária subjugado pelo poder que tanto glorifica.

Poder que se promove glorificando-se através da imagem desinformada e não pelo conteúdo.

Santa e pura vaidade mentirosa dos poderosos da demagogia nacionalista do dinheiro contra miséria.

Vangloriando e valorizando seus atos como heróis pátrios, impávidos e colossos, vendem-se como os únicos salvadores.

Enzo de Leon

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Sinto vergonha de mim, por ter sido educador, parte deste povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade, e por ver este povo que é chamado varonil, enveredar pelo caminho da vergonha.

Sinto vergonha de mim, por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar seus filhos simples e abominavelmente á derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento das verdades, a negligência da família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o “eu” feliz a qualquer custo, buscando a tal “felicidade” em caminhos eivados de desrespeitos para com o próximo.

Tenho vergonha de mim, pela passividade em ouvir sem despejar meu verbo a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade para reconhecer um erro cometido, a tantos floreios para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre contestar, voltar atrás e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que eu não quero percorrer.

Eu tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões, e do meu cansaço...

Não tenho pra onde ir, pois amo, amo este meu chão, vibro ao ouvir o hino e jamais usei minha bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo na “pecaminosa” manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim, tenho pena tanta pena de ti; povo brasileiro...

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De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra e ter vergonha de ser honesto.(Ruy Barbosa)

Eber Emanoel
Enviado por Eber Emanoel em 27/06/2013
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