Nosso país tem uma fama péssima, que corre a boca solta com a expressão “o brasileiro só fecha a porta depois de roubado”. Infelizmente, é parte da cultura brasileira, jogar tudo para debaixo do tapete, fazer obras de fachada, maquiar para fazer de conta que está tudo lindo e maravilhoso. Exemplos não faltam expostos na mídia sobre lixo e esgoto na Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, e os rios Pinheiro e Tietê, em São Paulo, e por aí vai. Verifique-se que as duas citadas cidades são as maiores da nação, possuem orçamentos e infraestrutura diferenciados e recebem turistas do mundo inteiro.
 
Os lixões espalhados por todo o território brasileiro são um capítulo à parte, em muitos deles resíduos hospitalares se misturam a rejeitos industriais, sobras de feiras, material reciclável e dejetos residenciais. Ali se pratica desperdício de energia, inteligência, recursos naturais e se incentiva criadouro de mosquitos, micróbios, bactérias etc, alimentando focos de doenças já debeladas em outras paragens do planeta.
 
Não dá para esquecer o apodrecimento dos mananciais, rios, riachos, fontes de água e de vida, praticados por todos, sociedade, instituições, pessoas do povo, empresários, ricos e pobres. Os maus exemplos sempre estão por toda parte. Impossível fechar os olhos para tanto descaso com o meio ambiente, desmatamento criminoso das florestas, açudes de produtos químicos destruindo cidades e bacias hidrográficas inteiras… Só não vê quem não quer.
 
O resultado, muitas vezes, chega através de doenças diversas, misérias, fome, morte. E todos pagam, seja de classe alta ou baixa. Estes últimos arcam com a pior parcela dessa herança maldita. A corrupção nem precisa ser citada aqui, dado que atualmente qualquer pessoa com acesso à internet ou televisão sabe de memória notícias sobre os bilhões de moedas roubadas por políticos, governantes, empresários e afins.
 
A miséria, criada e alimentada pela estupidez, ganância e descaso com a vida humana, a falta de boa educação, emprego, segurança, transporte digno etc, alimenta criadouros de mosquitos e outras mazelas. O descalabro se dá em todas as atividades e, também, nos presídios, também resultado da má distribuição de renda, da falta de oportunidades para a maioria da população, justiça tardia e incapaz de ser justa.
 
O combate a tudo isso é realizado de forma simplista. No caso dos mosquitos, borrifando os focos; em relação aos presídios, constrói-se mais calabouços, Quanto às causas, ah, as causas são fonte de enriquecimento de uma casta que não está nem aí para a desgraças dos pobres, pretos e periféricos.
 
 
Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 16/01/2017
Reeditado em 16/01/2017
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