O problema da invisibilidade social

A exclusão social existe desde as primeiras sociedades e ainda hoje essa questão gera um quadro psicológico muito negativo para aqueles que sofrem com a invisibilidade no dia a dia. Afinal, as pessoas precisam estabelecer relações interpessoais como aborda a perspectiva aristotélica. Entretanto, é necessário indicar as causas, que estão relacionadas a esse fator tão intrínseco na vida em comunidade, para enfim buscar suas devidas soluções.

Primeiramente, é importante salientar que a exclusão social de um indivíduo compõe-se por dois fatores: o preconceito, que pode se expressar por diversas motivações, sejam elas sociais, étnicas ou religiosas; e a indiferença, que se caracteriza pela ausência de empatia para com um indivíduo ao fingir que ele não existe. É representada neste trecho da música Cálice, na versão do rapper Criolo, a diferença no tratamento das pessoas de acordo com sua classe social: “Há preconceito com o nordestino, há preconceito com o homem negro, há preconceito com o analfabeto, mas não há preconceito se um dos três for rico”.

Com o desdobramento dessa temática, faz-se necessário abordar a experiência do psicólogo social Fernando Braga Costa. Ele trabalhou como gari em sua faculdade durante vários anos a fim de escrever sua tese de mestrado sobre a “invisibilidade pública” e concluiu que os trabalhadores braçais são invisíveis aos olhos da maioria. Entende-se, portanto, que essa adversidade se estabilizou como algo inerente à sociedade e para quebrar esse paradigma os indivíduos ocultos buscam os movimentos sociais para buscar a visibilidade.

Por tudo isso, faz-se necessária a ação do Estado e da sociedade, pois no ângulo geral nota-se a carência de práticas públicas. Sendo assim, há grande necessidade da inserção do conteúdo “Moral e Ética” na grade curricular tanto no ensino fundamental - pois nota-se que é esta a fase de formação da personalidade do ser humano - e no Ensino Superior, já que toda e qualquer profissão exige boas condutas no relacionamento social. É importante ainda, que Organizações Não Governamentais (ONG’s), em parceria com escolas, criam eventos, campanhas e seminários com intuito promover a conscientização e integração dos demais sobre os malefícios emocionais causados ao cidadão “invisível”. E para finalizar, é imprescindível tratar a exclusão como uma questão mais séria judicialmente.