O OLHAR

E segue seu olhar...

Penetrante, compenetrado, interessado;

Segue seu olhar...

Intuitivo, abismado, esquecido de onde quer olhar;

E segue seu olhar...

Que muito vê, nada enxerga o quão não quer ver;

E assim segue seu olhar.

Olhar a tudo, a nada e aquilo que quer ver...

Olhar direcionado ao início, ao meio e ao fim;

Olhar que via, olhar que notava, olhar que brilhava, marcava e dizia...

Porque seguir com o olhar?

Olhar que acordava, que vivia e até dormia ao olhar...

Era o início o meio e sem fim...

Olhar primeiro, olhar atento, chuva sol ou relento...

Ali estava o olhar!

Fechar os olhos, mesmo quando estão abertos;

Negar o simples olhar; fugir e fingir;

Onde está o olhar?

O sol não brilha mais, a chuva não tem mais som, a noite sem luar...

Falta sempre o olhar...

Não há mais tempo; nem vento a respirar, nem ar; porque falta sempre um olhar...

O olhar de conquista já passou; olhar, olhar, olhar; nem sei se dá...

O tédio é o remédio!

Enfado de ver, ouvir; quem sabe sentir através do olhar;

Algo novo busco o olhar; o tempo é sim o real produtor do tédio...

Um nó; dentro do caminho que liga o corpo aos pensamentos; mas...

Falta o olhar...

O olhar de antes; do antigamente, do eu quero ver; que sentir, saber, ouvir dizer...

Mas, agora cala o olhar, a voz e diz:

Cadê o olhar?

Comprometedor, arriscado, sem medo ou quem sabe até abusado...

Falta ele; o olhar...

Sem hora, sem limites, sem tempo, marcas ou mesmo sem...

Mas, lá estava o olhar...

Não é do cego o olhar pedido; mas do que não quer ver...

Na escuridão do olhar; encontra-se a dor...

Mas, o olhar que machuca por sua falta; nunca terá a oportunidade de enxergar outra vez...

Afinal era apenas um OLHAR.

Mestre Wilton
Enviado por Mestre Wilton em 29/10/2017
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