A DESNUTRIÇÃO DA SAÚDE

A desbravação portuguesa, pelos incentivos ao lucro e poder, culminou na descoberta da dita América Portuguesa. Com o intuito exclusivamente exploracionista, o processo de formação brasileira se deu mediante a aculturação dos indígenas, a evangelização jesuítica dos católicos, o mercantilismo da Coroa Portuguesa e, sobremaneira, a disseminação de doenças europeias em nova terra.

Com precário sistema de sanitarismo, seja pelos avanços científicos da época, seja pela interferência climática ou mesmo pela ideologia contrária a higienização do próprio corpo (contra o toque, estimulada pela Igreja Católica, para supostamente fugir das tentações sexuais), o choque civilizacional provocou morte em massa de indígenas, devido a sua baixa taxa de resistência diante daquelas patologias.

Muito futuramente, na Era Vargas, com a política de substituição de importações e a construção da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o governo público passou a encarregar-se, mais diretamente, do desenvolvimento da medicina científica no país e seus variados recursos. Não obstante, nota-se que a CLT promoveu maior consciência em torno da saúde do trabalhador, limitando horas de trabalho, promovendo férias remuneradas e autorizando atestados médicos como justificativa de faltas.

Todavia, mesmo diante de avanços nas leis trabalhistas e na Constituição Cidadã de 1988, a saúde permanece carecendo de cuidados em terras brasileiras. Observa-se, muito notadamente, articulado ou não midiaticamente, pouco investimento nas áreas de pesquisa médica, insuficientes compra e modernização de equipamentos laboratoriais e falhas construção e reforma de hospitais.

O SUS, Sistema Único de Saúde, restabelece o descaso do governo público perante o povo, acarretando mortes em massa e agonização de pacientes nos leitos hospitalares.

Como outrora, faz-se necessária eficiente administração econômica para redestribuir investimentos. Precisa-se valorizar profissionais da saúde, salariando-os bem e dando-lhes descansos regulares. Além disso, investimentos em pesquisas biomédicas, além da nova aparelhagem hospitalar, são recomendações funcionais. Outrossim, a fiscalização em torno da automedicação deve ser impulsionada nos setores farmacêuticos. E, sobremaneira, por parte do Estado, garantir o saneamento básico, com tratamentos de água e esgoto, para maior prevenção e erradicação de doenças.

Reitera-se, portanto, que um povo doente não possui condições para fortalecer a economia pelo trabalho. Nota-se, como outrora, que o pior dos males é a indiferença diante do padecimento do próximo. Ressalta-se, todavia, que indiferença maior vislumbra-se com quem deve obrigações ao povo: o próprio Estado e seu deficiente governo.

Breno Targino
Enviado por Breno Targino em 16/01/2018
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