Doutrina do Espiritismo Científico e Missão Social dos Médiuns.
 
 A MISSÃO ESPÍRITA E A MISSÃO SOCIAL DOS MÉDIUNS
 
1 – A O Fenômeno Corpo e alma e as Leis Naturais.
 
O corpo humano físico encarnado, por envolvimento perispiritual, mantém o óbvio relacionamento com o plano supra dimensional dos espíritos. O evidente relacionamento dá lugar a  atrações e ações diversas; todas naturais.
 
2 - Os Fenômenos Sobrenaturais Miraculosos.
 
É comum dizer que em havendo ação haverá reação e, desta, isto é, do efeito produzido, ou da consequência, instala-se a probabilidade de fenômenos outros, consequentes/causais e múltiplos. Relativamente aos fenômenos espíritas, contudo, por deficiência de conhecimento (ignorância do ser humano), a esses acontecimentos verdadeiros atribuem-se a explicação de serem fenômenos  sobrenaturais, isto é miraculosos ou milagrosos.  
 
2.1 - Negação da Miraculosidade diante dos Fenômenos Naturais.
Os fenômenos naturais,  cada qual e por si só, não dependem do acaso, de milagres ou de ação humana, porque estão regidos por leis rígidas, imutáveis, não revogáveis e inexoráveis.  Confira-se com alguns exemplos expressivos.
2.2  - O Fenômeno Natural da Atração, Ação e Reação.
 
Se os fenômenos espíritas se revestissem de acontecimentos milagrosos, sem explicação, não haveria como se explicar, por exemplo, a magna lei da atração,  ação e reação, mencionada na Bíblia, isto é “semear para colher”. Referida lei, sob o modo de ver miraculoso, dependeria de fé cega para obter resultado e não do equilíbrio da natureza.
 
2.3 - O Fenômeno Natural do Nascimento. 
 
Também seria sobrenatural ou miraculosa a lei da inseminação, fecundação e gestação na espécie humana e a semeadura, desenvolvimento e nascimento das plantas.
 
No reino vegetal, há plantas que nascem naturalmente, por transporte aéreo (vento), pela água das chuvas ou por deslocamento de animais. Há as plantas que resultam de semeadura  por ação humana; contudo, a regência de leis naturais, acerca do fenômeno não se considera milagre. No reino vegetal as plantas produzem o próprio alimento pela ação natural da luz, da água e gás carbônico. A consequência desse fenômeno natural é a liberação de oxigênio, em benefício de outras vidas.
 
2.4 - O Fenômeno Natural do Pensamento.
O mesmo, naturalmente, se dá com o pensamento: Plantada a semente (a ideia), na mente humana, haverá probabilidade de, em dado momento, nascer, naturalmente, algo real no mundo físico, uma vez que existe relacionamento estreito entre plano físico e plano material.
 
Pelas razões deduzidas, o significado da palavra sobrenatural, ou seja algo miraculoso,  não serve para explicação dos fenômenos espíritas que não se amoldam na miraculosidade. A rigor, segundo as religiões, de modo geral, miraculoso é algo restritamente conhecido pela experiência da fé cega; algo sobre-humano que não se consegue alcançar, conhecer naturalmente; algo extranatural que escapa da compreensão do ser humano comum.
 
3 – Fenômenos Paranormais ou Metafísicos.
 
O relacionamento entre encarnado e o plano espiritual é NATURAL, porque natural é a lei que rege o fenômeno. Em sendo natural, a lei regente, trata-se de estrutura necessária, visto que, na natureza cósmica, tudo é energia em movimento; em direção à harmonia plena, segundo outra lei natural, a Lei do Progresso e da Evolução.
 
Tome-se, por exemplo, a mais poderosa lei natural: a Lei da Gravitação Universal, ou Lei da Atração, tão exata quanto o é a lei da gravidade.  
 
 
4 – O Fenômenos Espíritas são Naturais, ou Paranormais.
 
Diante do que aqui se considerou, melhor dizer que os fenômenos espíritas são naturais, porém, porque se  embaraçam em várias dimensões,  não devem ser estudados apenas com o foco em uma dimensão (p. ex. física clássica), mas sob o método da interação entre dimensões, ou planos (plano físico e plano metafísico).  Por isso se adota a terminologia fenômenos paranormais, isto é “ao lado de...”
 
 
5 – Lei Natural da Reencarnação.
 
A reencarnação, objeto de estudo e aprimoramento na Doutrina Espírita, é regida por LEI NATURAL, a qual tutela o direito natural de evolução e aprimoramento do ser humano, na conjunção Alma/Corpo. Tal se realiza em relação a quem não logrou a perfeição durante a vida corpórea.
 
Pessoas há que não aceitam a lei natural da reencarnação. Sustentam-se em outra linha, cuja alternatividade revela a insuficiência de compreensão racional. O catolicismo e certos segmentos evangélicos, por seu turno,  pautam entendimento no sentido de que há apenas uma vida humana, revelada por corpo e alma; contudo, haverá somente uma oportunidade, ou uma vida, para que a pessoa escolha o bem ou o mal, em obediência às orientações da própria religião. Conforme a escolha, o resultado seria o céu, o inferno, ou o purgatório e, assim, até a chegada do “dia” do  Juízo Final. É evidente que se cuida de imposição de dogma o qual deverá ser aceito sem questionamento pela fé cega.
 
Mas, racionalmente e à luz da própria Doutrina Cristã, de Jesus, não se encontra base de sustentação para tão absurda afirmação. Se não é admitida a pluralidades de existências, por meio da reencarnação, tudo dependeria de sorte, isto é sorte de ter escolhido o bem e má sorte de não tê-lo escolhido.  Seria algo parecido com jogo de dados por Deus, parodiando Einstein.
 
Única vida, em um planeta de dificuldades, de sofrimentos e de equilíbrio frágil entre o bem e o mal. Nessa realidade e diante da miséria humana, que reina na terra, é difícil a aproximação à perfeição. Aceitos os argumentos (uma só vida),  a razão esbarraria na existência, eficácia e validade da lei do progresso. Esbarraria, porque, para se chegar a Deus, uma única vida seria insuficiente; um curto período da existência humana, qualquer ser humano teria de se revelar para o bem, para o mal ou mais ou menos. Impossível é a aceitação raciocinada dessa doutrina que põe em evidência o ACASO.
 
6 – A Doutrina Reencarnacionista de Kardec.
 
Melhor enfoque é dado pela Doutrina de Kardec, a respeito da reencarnação, no Livro dos Espíritos, em articulações específicas, conforme segue.
 
I – Da Reencarnação
 
166. A alma que não atingiu a perfeição durante a vida corpórea como acaba de depurar-se?
 — Submetendo-se à prova de uma nova existência.
 166 – a) Como ela realiza essa nova existência? Pela sua transformação como Espírito?
 — Ao se depurar, a alma sofre sem dúvida uma transformação, mas para isso necessita da prova da vida corpórea.
 166 – b) A alma tem muitas existências corpóreas?
 — Sim, todos nós temos muitas existências. Os que dizem o contrário querem manter-vos na ignorância em que eles mesmos se encontram; esse é o seu desejo.
 166 – c) Parece resultar, desse princípio, que após ter deixado o corpo a alma toma outro. Dito de outra maneira, que ela se reencarna em novo corpo. É assim que se deve entender?
 — É evidente.
  167. Qual a finalidade da reencarnação?
 — Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isso, onde estaria a justiça?
 168. O número das existências corpóreas é limitado ou o Espírito se reencarna perpetuamente?
 — A cada nova existência o Espírito dá um passo na sendo do progresso: quando se despojou de todas as impurezas, não precisa mais das provas da vida corpórea.
 169. O número das encarnações é o mesmo para todos os Espíritos?
 — Não. Aquele que avança rapidamente se poupa das provas. Não obstante, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas porque o progresso é quase infinito.
 170. Em que se transforma o Espírito depois de sua última encarnação?
 — Espírito bem-aventurado; um Espírito puro.
 
7 – A Missão Espírita.
 
A missão espírita tem, como campo de trabalho, a assistência à humanidade, conduzindo-a, racionalmente, por meio de reforma íntima consciente e raciocinada, sem exigência de lapso temporal, ao bom caminho, a fim de alcançar dimensões de pureza espiritual.
 
O procedimento demanda o relacionamento, por afinidade, entre o  plano espiritual  (desencarnados)  e o plano físico (encarnados).  As orientações enviadas por iniciativa dos desencarnados, em benefício dos encarnados, somente poderão ser concretizadas se houver um intermediário, apto e disposto a servir, na condição de medianeiro, pessoa que, na Doutrina Espírita, denomina-se MEDIUM.
 
8 – A Missão Social dos Médiuns.
 
O Médium, no desempenho de sua tarefa probatória, compromete-se a servir fielmente as tarefas  que exigem sua participação e fornecimento de energia, tudo conforme os ensinamentos fundamentais de Jesus. Diz-se que é do Mestre Jesus que recebemos energias benéficas, dada a pureza Espiritual do enviado de Deus.
 
Em assim sendo, o médium não se reveste de poder algum; se, por causa da imperfeição do ser humano, o médium se deixa levar pela vaidade, pelo orgulho, pela ganância e, viciado, vem a entender que deve servir a dois senhores, seus atos serão absolutamente prejudiciais ao próprio espírito, mas, o que é terrível, virá a esparramar, socialmente, desvios de conduta em relação aos semelhantes.
 
Tome-se, como exemplo, a propaganda que se faz em redes sociais da web, a respeito de supostos trabalhos espirituais para “fechamento do corpo humano”, procedimento que impediria a ação de espíritos  malévolos. Consta, em redes específicas sobre tal assunto, a cobrança de certos valores, por utilização de cartão de crédito ou em prestações.  É evidente que se está a desviar a missão da Doutrina Espírita Cristã e da missão dos Médiuns. Cristo ensinou que tudo o que é dado de graça a respeito nada deve ser cobrado. E mais, a quem muito se deu, muito será cobrado.  Se a mediunidade é algo que exige sacrifício essa dádiva não autoriza reembolso pela ação da Providencia Divina.   O que vem a contraria esse postulado, ainda que sob o manto do espiritismo, é nada mais do que desvio vergonhoso do caminho Cristão.
aclibes
Enviado por aclibes em 03/09/2018
Código do texto: T6438470
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