UM TERRENO GRANDE TRANSFORMADO NUM SÍTIO

Rio de Janeiro, Quinta-feira, 13 de Setembro de 2018

O local onde fui morar, no Bairro de Anchieta, Rio de Janeiro, era um terreno grande. Meus pais, oriundos que eram do nordeste brasileiro, de uma cidade pequena, puramente rural, trouxeram com eles esta peculiaridade. Então voltaram-se para a plantação.

Nesse terreno, que nem era de nossa propriedade, meu pai praticamente transformou-o num sítio. Havia nele dez pés de goiaba. Mas depois foram plantadas outras espécies de fruteiras. Mas o forte tornou-se o plantio de legumes e verduras.

Mas de pés de frutas leves, como maracujá e melancia, também havia no terreno. E tínhamos alface, couve, repolho. Aipim e também amendoim foram plantados e colhidos. Mas não se pode esquecer da plantação de abóboras. E muito pé de tomate.

Este último cansou de matar a minha fome logo ao chegar da escola. Entrava pela porta da frente e saía pela de trás, indo direto colher um ou dois deles, comendo-os ao natural, sem sequer os lavar. Naqueles tempos não havia tanta coisa ruim como existe hoje.

Com uma infelicidade acontecida ao meu pai, que não pode trabalhar por muito tempo, a nossa salvação foi essa nossa "horta", de onde tiramos o sustento por certo tempo. Meu irmão e eu íamos com um carrinho cheio de legumes e verduras, vender à vizinhança.

Também vendemos muitas abóboras na 'quitanda do seu Abel'. Algumas delas pesando no mínimo vinte quilos. E antes que esqueça, havia ali uma plantação enorme de cana de açúcar. De dois ou três tipos delas. E isso nos proporcionava a feitura do caldo de cana, que além de consumido por nós, também era vendido para quem o desejasse. Havia uma placa em nosso portão oferecendo tal produto.

Minha mãe criava galinhas. Então, ovos não precisávamos comprar. E eu, um garoto ainda, resolvi criar coelhos. Mas foi por pouco tempo. Mas nasceram filhotes lá. E é uma coisa esplêndida, vê-los pequenos, até ainda sem os pelos. Fora isso, também havia cachorro e gatos.

E eu também possuía passarinhos. Lembro-me de coleiro, canário da terra e o barulhento chanchão, que costumava cantar alto em plena madrugada, espantando a todos.

Caramba! Quando me recordo dessa época chego a sentir saudade e inveja. Porque eram tempos um tanto quanto sofridos, de certo modo, mas muito felizes. Sem nenhuma dúvida. E já na idade que estou, tenho pensado profundamente em recriar esse mundo para mim. A vida moderna, nos cobra um preço muito alto.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 13/09/2018
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