UM TREM QUEBRADO BLOQUEANDO A VIA

Terça-feira, 9 de Outubro de 2018

Ainda recordando a viagem que fizemos a Sergipe, e de trem, algumas outras passagens ficaram bem marcadas na minha lembrança. Outra delas foi que o trem em que seguíamos, num determinado ponto da via teve que reter seu deslocamento em função de um acidente que envolveu uma outra composição que vinha em sentido inverso, o que fez com que tivéssemos que pernoitar no próprio trem, e em plena ferrovia.

Naquela época o percurso ferroviário era feito em apenas uma linha. Felizmente o número de viagens era limitado, e assim as consequências de um acidente envolvendo composições era quase que raro. Mas o que acontecia era de uma composição quebrar em pleno deslocamento, o que causava bloqueio para as demais seguirem seu curso.

Então, a composição em que seguíamos teve que permanecer em plena via. E a noite já se apresentava, e lembro-me bem de que era de luar. E com o reflexo deste nas águas de um rio próximo, os passageiros descobriram sua existência. Daí que alguns tomaram a coragem de se embrenhar mato a dentro, indo banhar-se nele.

Oras, os demais passageiros, estimulados por aqueles poucos, também resolveram em grande parte ir tomar banho lá. E lá fomos nós, também. E foi uma festa. Nós que não estávamos acostumados em banhar-se em rio, oriundos de uma grande cidade, vimo-nos mais felizes do que um pinto no lixo.

A ferrovia só foi liberada no dia seguinte. Mas deu bem para nos divertirmos.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 11/10/2018
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