O SUSTO NO CAMINHO DA LAGOA

Rio de Janeiro, Terça-feira, 16 de Outubro de 2018

A cidade de Lagarto, lá em Sergipe, era ainda bem pequena na década de sessenta. Era uma região rural, com muitos sítios e fazendas. Muito espaço verde para se viver de forma tranquila, saudável e segura. Dava a impressão de que ali todo mundo era parente um do outro. Coisa natural.

E nesses espaços nos pastos, havia pequenos lagos, que lá era costume chama-los de "tanques". Inclusive eram fontes de abastecimentos de água para as famílias, porque ainda não havia água encanada naquelas regiões. Só o centro da cidade possuía isso.

Os poços também eram muito usados para a captação d'água para consumo próprio. E me lembro muito bem de que naquela região os poços possuíam uma profundidade enorme, se comparados com os que eu conhecia na região do Rio de Janeiro.

Mas então, no ditos "tanques", a garotada costuma banhar-se e brincar aos seus redores. E os proprietários não se aborreciam e nem se amofinavam com a presença delas. O pessoal de lá não tinha o costume de pegar e comer rãs, que lá chamavam de "gia". E meus primos até se admiraram conosco ao ouvirem dizer que tínhamos esses hábitos em nossa região.

E foi numa excursão dessa a um daqueles "tanques" é que passamos um certo sufoco no caminho. Estes eram espalhados por toda aquela região e eram denominados como "corredores". Possuíam, no máximo quatro ou cinco metros de largura. Em geral com cercas de arame farpado nos dois lados.

De repente, apareceu uma pequena boiada, que vinha em nosso sentido. Meus primos, já acostumados àquele tipo de coisas, nos gritaram para que escapássemos através dos fios de arames das cercas, bem como procurássemos alguma árvore para escapar aos animais. E assim o fizemos.

Imaginem! Para nós, do Rio de Janeiro, que nunca havíamos passado por isso, foi um baita susto. Mas que afinal, também levamos na gozação e brincadeira. Foi mais uma diversão.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 16/10/2018
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