O TEMPO PASSA PARA TUDO E PARA TODOS

Rio de Janeiro, Sábado, 20 de Outubro de 2018

Hoje em dia, por mais que muitos possam reclamar, a vida é muito mais leve do que há décadas atrás. Isso sob o aspecto das facilidades que essa parafernália eletro/eletrônica nos proporciona. Mas em contra partida, é muito mais pesada com relação ao custo a que somos submetidos.

Lembro muito bem que em trinta ou quarenta anos atrás era raro e difícil ver-se gente trafegando e transitando pelas ruas de grandes cidades após as vinte e duas horas. Mas hoje em dia é a coisa muito comum. Inclusive madrugada a dentro. Isto porque as pessoas têm que trabalhar mais para arcar com os custos de sua sobrevivência. De certo modo paga-se até para cuspir nessa vida moderna.

Mas antigamente tudo era muito mais tranquilo do que é hoje. E até deixemos de lado a violência. Os dias corriam com menos velocidade. Todos tinham tempo pra tudo. E não havia todo esse recurso que temos nos dias atuais.

Os brinquedos da garotada eram bem simples. Lembro-me que os fazia eu mesmo para brincar. Um aro de roda pequeno e uma haste de vergalhão dobrada numa das extremidades formava um deles. Andávamos empurrando a tal rodinha pelo quintal de casa ou pelas calçadas ao lado de fora.

As pipas também, grande parte delas eram confeccionadas pela própria garotada. Eu fui um que fiz muitas delas. E nós as soltávamos na rua ou até em telhados de casa. Usávamos o que chamavam de cortante ou cerol. Era vidro moído com cola de madeira ou de farinha de trigo. Uns até usavam a maisena. Isto para cruzar com outras pipas de outros colegas.

Os carrinhos de rolimãs também eram uma festa entre todos. Pegávamos duas menores e uma maior e fazíamos eles para descermos ladeira abaixo. Onde houvesse uma delas a diversão estava garantida. E fora alguns joelhos ralados, o restante era puro prazer.

E existiam muitas outras diversões e brincadeiras para a garotada. Os piques divertiam a todos. E não se pode esquecer das bicicletas. Como eu era pobre quando criança, só fui ter a minha primeira já com dezoito anos de idade. E comprada com o meu próprio dinheiro. Ou suor, como era comum dizer, quando o dinheiro era do nosso esforço, o nosso trabalho.

É óbvio que não se pode cair na besteira em dizer que um tempo ou outro eram melhores. As gerações, as épocas são distintas. Cada uma ao seu tempo. Assim é que dentro de novos cinquenta anos, haverá alguém para relembrar os dias atuais, com a mesma saudade que eu manifesto atualmente. Mas isso faz parte da vida de todos. Ainda bem.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 20/10/2018
Reeditado em 30/10/2018
Código do texto: T6481155
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