O culto ao corpo ideal

O culto ao corpo e a acepção de um perfil estético padrão acompanha a humanidade desde seus primórdios. As narrativas mitológicas dos gregos, especialmente, a de Narciso, o jovem auto admirador, e de Afrodite, a Deusa da beleza, demonstram a eleição de um padrão de beleza, que renasce de geração em geração com suas anuências e particularidades. Atualmente a busca incessante pelo corpo perfeito vem sendo ditada pala indústria da beleza.

Neste sentido, o padrão estético fabricado e ditado pela indústria da beleza, que é vendido e disseminado pela moda e pela mídia, está promovendo, por um lado, à obsessão estética. Muitas pessoas com o objetivo de conquistar o tão sonhado corpo ideal chegam a recorrer a métodos que colocam à saúde em risco, por exemplo, se submetendo a procedimentos cirúrgicos, bem como utilizando em excesso suplementos e anabolizantes sem acompanhamento médico. Por outro lado, está desenvolvendo transtornos nos indivíduos, que estão fora ou fogem do padrão estabelecido.

Portanto, a obsessão pelo corpo perfeito e, ao mesmo tempo, à busca por mais espaço na mídia levou Geisy Arruda, que ficou famosa, em 2009, após ser achincalhada e expulsa da universidade por outros discentes, a fazer vários procedimentos cirúrgicos. Pelos mesmos motivos a modelo Andressa Urach se submeteu a um procedimento estético com o uso de hidrogel, porém devido a infeções na região da aplicação ela chegou a ficar internada em estado de saúde grave na UTI do Grupo Hospital Conceição (GHC), em Porto Alegre.

Uma pesquisa realizada, em 2012, pelo IBGE (Instituto brasileiro de geografia e estatística) com 100 mil estudantes, entre 13 e 15 anos de idade, chegou à conclusão que 31% das meninas fazem regime, 21% dos meninos malham com intuito de ganhar peso e massa muscular e 6% recorrem ao uso de medicamentos para conquistar ou manter o corpo em forma.

É notório que há um jogo linguístico que determina um padrão de beleza adjunto a uma atividade totalitária que vislumbra colocar o maior número de indivíduos possíveis no modelo elencado, bem como classificar como sendo feios aqueles que estão fora ou não possuem condições estéticas de estarem inclusos nele. Para tanto, se faz necessário descontruir o padrão de beleza vigente.

Por conseguinte, é preciso que ocorra uma mudança cultural, que pode ser feita por meio das instituições, tais como, a família, a escola, as Ongs e etc., através de palestras e campanhas que fomentem a importância da aceitação pessoal e da diversidade de belezas.

Ednelson Silva
Enviado por Ednelson Silva em 24/10/2019
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