Mais do que nunca tolos
Eros, Philos e Ághape fundiram-se.
Unos, denominaram-se simplesmente amor, na plenitude de suas possibilidades e na convergência total de suas vertentes.
Este, fortalecido, descartou definitivamente conceitos, preconceitos,distinções de raça, cor ou credo e impera magnânimo e onipresente sobre o mundo.
Não há mais fome ou guerra, todas as lágrimas que ainda rolam só existem como manifestações de alegria.
As crianças tem olhar de esperança e miram um futuro sempre melhor.
Os idosos são respeitados ícones de sabedoria e tem cada uma de suas inúmeras rugas reverenciadas.
A natureza vive uma eterna primavera e explode em cores e matizes inigualáveis.
A ética venceu definitivamente a grana, a falta de caráter e todos os seus inúmeros outros inimigos.
A noite das cidades descortinou-se límpida.
O céu virou palco de uma aula de astronomia, as estrelas brilham livres de qualquer poluição e mostram uma miríade de caminhos possíveis.
Os mares dançam no ritmo perfeito das marés e nos ofertam beleza e cor em praias paradisíacas.
A vida transcorre em harmonia, ao som dos pássaros em liberdade.
Cada ínfima parte parece uma tela distinta de uma exposição perfeita.
Cada parte realmente é um microcosmo do todo e as essências são completamente harmônicas.
Tudo parece perfeito, menos o calendário, pois é primeiro de abril,o dia dos tolos e essa é apenas uma utopia.
Mais do que nunca, hoje fazemos jus ao título, pois realmente somos tolos por não transformarmos os desejos em realidade e morrermos lentamente num mundo que não temos força ou vontade de mudar.
Que pena para nós, os tolos.