O mal que a ideologia do igualitarismo pode fazer

"De boas intenções o inferno (também) está cheio"

Dois exemplos de como a bondade incondicional, sem o rigor do conhecimento, pode causar tanto mal quanto a crueldade.

Igualitarismo (absoluto) para seres vivos não-humanos

Todos os anos, ocorrem casos de animais de estimação que atacam "seus donos", vezes com letalidade. Já é de conhecimento público que existem certas raças caninas que são mais propensas a agirem com violência. Isso não significa que todo cão pitbull, por exemplo, apresenta tendência para ser violento, mas que existem mais deles com esse risco do que em relação aos de outras variações.

Além do porte grande e musculoso, também tem o fator psicológico. De qualquer maneira, a principal causa para essas diferenças é a genética, já que são produtos de seleção artificial que buscou ressaltar características específicas.

Vários desses casos de violência de cachorros (bem como de outras espécies domesticadas) contra humanos não têm um contexto anterior de abuso por parte dos "donos". E isso é uma evidência de que a criação não é o único fator que explica esses rompantes instintivos. No entanto, tem aparecido uma turma de "protetores' dos animais que defende justamente a tese contrária e, com muita convicção, é claro.

A ideologia do igualitarismo, que nega diferenças inatas ou biológicas entre os seres humanos (especialmente de características comportamentais), sempre atribuindo-as unicamente às circunstâncias e/ou pendengas históricas, tem migrado para o lido com as outras espécies e é evidente que isso não é bom. Pense que, graças a essa crença, muitos têm acreditado que a criação e não a raça que mais importa, adotado cachorros das raças (em média) mais violentas, quase sempre de grande porte, resultando em tragédias pessoais.

Não digo que devemos parar de adotá-las. Eu, inclusive, já convivi durante 4 anos com uma pitbull musculosa, mas, super dócil. É necessário enfatizar que não são todos dessa ou daquela raça que são violentos. Mas também é muito importante estarmos atentos aos seus padrões de comportamento e, por bom senso, dependendo do que encontrarmos, evitar criá-los muito perto de outros animais, crianças, pessoas idosas, de quem tem medo ou mais soltos, até o momento em que tivermos total confiança neles.

O ideal mesmo seria refazer essas seleções artificiais, com 0% de derramamento de sangue, para acabar com a maior propensão à violência dessas raças, talvez também aumentando as médias de suas inteligências emocionais. Mas, não será pela negação das diferenças intrínsecas entre as raças caninas que iremos, de fato, praticar a bondade nesse contexto, pelo contrário, pois assim, estaremos expondo humanos e outros animais/a esses riscos, nos doutrinando a acreditar que apenas a criação que é relevante.

Igualitarismo em humanos

A política do multiculturalismo

A grande maioria das guerras civis acontece por causa do acirramento das diferenças culturais e étnicas entre grupos que compartilham o mesmo espaço político, por exemplo, as que eclodiram a partir do desmantelamento da ex Iugoslávia.. Também é possível ir mais fundo e creditá-las à sempre problemática masculinidade tóxica, já que quase todo conflito humano tem os homens (principalmente os conservadores) como os seus protagonistas, se se consistem, essencialmente, em disputas territoriais ou de poder. Concordo que, um pouco de diversidade cultural (e, também, dependendo de qual "diversidade" que estivermos falando) não faz mal a ninguém. No entanto, parece que os igualitaristas não apenas desprezam o histórico de conflitos que, diferenças étnico-culturais dentro de um mesmo espaço político, têm resultado, como também não se importam com a carga de diversidade que uma sociedade consegue, pode ou deve suportar, apenas porque acreditam que os seres humanos são absolutamente iguais, extrapolando o que temos de igual, a essência, às interseções e expressões biológicas e/ identitárias com as quais nos associamos.

É profundamente verdadeiro que somos todos seres vivos e seres humanos e que devemos, a princípio, tratar o outro da maneira como gostaríamos de ser tratados. Mas isso não significa que apresentamos os mesmos potenciais de inteligência e/ou proclividades de comportamentos; ou que são exclusivamente atribuídos às diferenças de criação ou de ambiente. Pois seria o mesmo que concluir que não existem diferenças entre as plantas porque todas têm raízes. Os estragos causados pelo multiculturalismo, atualmente e, a partir de boas intenções (permitir que pessoas de países em conflito ou pobres possam imigrar e viver nos mais "desenvolvidos'), já estão sendo sentidos em todas as nações que o tem adotado de maneira pouco ponderada, sem falar quanto algumas previsões sombrias para um futuro não muito distante, por exemplo, de que podem provocar guerras civis, especialmente naquelas em que o caldeirão cultural (e racial) já está bastante "temperado" e transbordando..