O que "religião" e idolatria por ''celebridades'' têm em comum?

Ambas são estratégias ou soluções (inconscientemente tomadas) que, para muitas pessoas, servem para prevenir que desenvolvam determinados transtornos mentais. No caso da religião, a partir do momento em que certos indivíduos passam a acreditar na narrativa da existência de deus e, portanto, da vida eterna, parece que se tornam protegidos da depressão existencial, que costuma acometer mais ateus e agnósticos; a melancolia causada pela consciência hiperrealista, de saber que só existe uma vida para viver, que muito provavelmente não existe continuidade de existência após a morte. A depressão existencial não é exatamente um transtorno mental, mas uma reação colateral, e lógica, a partir da verdadeira iluminação filosófica, em que o ateísmo é um dos pontos mais importantes. Porém, pode aumentar o risco de que se desenvolva depressão clínica. Este é um paradoxo em que, a ''sanidade'' máxima aumenta o risco de ''insanidade''. Já em relação à idolatria por "celebridades", parece que acontece o mesmo mecanismo, de hiper foco ou de mudança de foco, em que certos indivíduos passam a dedicar uma boa parte de seus dias no cultivo de um culto particular. Isso os ajuda a preencher os seus tempos com algo que consideram útil e valioso. Aliás, até pode ser dito que a "religião" também é uma idolatria, só que em relação a "deus" (e ao que ele "oferece": proteção na "vida terrena" e eternidade cinco estrelas após a morte). Seriam uma espécie de auto psicoterapia, mas não com base na verdade e sim na fantasia de construir objetos de admiração que são considerados "perfeitos", transformando-a em um culto pessoal que consome energia e tempo, que distrai e ocupa a mente. Tal como um "tratamento homeopático", prevenindo um transtorno maior com doses variáveis do mesmo mal. Mas isso não significa que elevam a qualidade da saúde mental, como um todo, porque é como uma escolha em que se ganha de um lado e se perde de outro. Justamente por usarem a fantasia ou a distorção de uma realidade como método, pois se o básico da sanidade mental é preservado na maioria dos casos, o mesmo não pode ser dito sobre a sanidade ou integridade intelectual, por sacrificar o potencial de capacidade do indivíduo de busca pela verdade, de ser intelectualmente honesto.