OVERDOSE III

E não é que tomei outra overdose de inchação de saco?! Mais uma vez, inchei e enchi meu saco. Estou no chão! No mais profundo buraco e em total solidão... Mas, não tem como esse saco esvaziar. Então, só posso pensar, pensar e pensar...

Assim, eu estava pensando: há uma distância enorme entre o dito, o escrito e o feito... Talvez, por isso, a vida seja tão imperfeita.

Hoje, estou de mal com o mundo e sua hipocrisia que uns acolhe e outros rejeita. Onde o que impera é a lei da mais valia. Mas, estou sim, pouco me lixando para o que pensam, pensaram, ou pensarem de mim...

Que o mundo me demita se não quiser me aturar, ou então, que me engula até se fartar. Porque eu estou cheia de tentar temperá-lo para o prazer dos outros!

Pelo menos uma vez nessa droga de vida eu quero ir bem fundo e acima de qualquer grei, vou dar uma banana pro mundo! Pensando, escrevendo, dizendo e fazendo o que eu pensei...

Nasci sozinha, vivo só e, olha que coisa sacana: vou morrer sozinha também...

Que se dane! Eu não preciso de nada, eu não preciso de ninguém.

E se precisasse que diferença isso faria, ou faz? Se dentro de mim é sempre a mesma calmaria e eu já não suporto mais essa paz... Paz?!

Minha vida é uma guerra, mas o combate sempre foi em vão.

E se não tem solução, pra acabar com esse tédio que se perpetua em mim, talvez, o melhor remédio fosse o verdadeiro fim.

Agora lembrei de um jargão popular: Não faça aos outros, o que não queres pra ti...

Êita mundo danado! Acho que perdi meu faro, porque não consigo descobrir o que fiz de tão errado pra pagar tão caro e então, só me resta rir.

Rir pra não chorar, te dar uma banana, pra te engambelar porque sei que o mundo ama a safadeza, mas tem pavor à dor alheia e a tristeza.

Fica assim, a incógnita: Onde está o lirismo e a sapiência em meio a tanto egoísmo e a exigência de sangue, suor e lágrimas? Perdi a paciência!

Como aceitar esses grilhões se pra te apoiar não encontras um, mas pra te derrubar vêem aos milhões?

E o Amor? Ah, o Amor... Não te preocupa, dizem: Essa é a mais deliciosa dor. Além disso, água mole em pedra dura, tanto bate até que fura... Mentira! Tanto bate até que seca! E a quem importa se te fira?!