PARTINDO O TEMPO NO MEIO

Está partindo, já mouro

o tal de dois mil e onze

que foi um ano de bronze

pro doze ser um de ouro.

É uma briga de touro

partindo o tempo no meio –

- tempo lindo e tempo feio

quando aproxima a passagem:

um abandona a pastagem,

outro é dono do rodeio.

É também um contrapunto

dos pajadores do povo,

um velhote eu um novo

pondo todo mundo junto,

cada qual com seu assunto

- o ano que ora finda

e o que não veio ainda:

- um, desfecho da poesia -

e o outro que principia

abre nova estrofe linda.

Contudo eles são hermanos,

ano que vai e que vem.

é o melhor que o tempo tem,

pra oferecer aos humanos

lado a lado, muitos anos

prometem prosperidade

reunido a irmandade

ante aos ensinos cristãos

como família de irmãos,

paz, amor e liberdade.

Uma visão de futuro

o novo ano semeia

e o velho, à mesa ceia

em despedida, seguro.

Um sentimento tão puro,

- o de comiseração -

afaga o coração

de quem deve à consciência,

mas o vindouro é clemência

a quem conhece o perdão.

É hora de esperança

de amor e de carinho

de ajudar no caminho

dando a mão a uma criança.

Com trabalho se alcança

o sucesso material,

mas com amor fratenal

é que a alma não se nega.

De olhos vendados se entrega

por amor ao seu igual.

O trabalho enobrece

isto é uma grande verdade

no entanto é de amizade

que o coração enriquece,

porque viver é uma prece

que Jesus veio ensinar:

É hora de perdoar

e também compreender

que melhor que receber

é dividir e doar.

Por isso eu não me assusto

de ver dois touros peleando

de entrechoques, disputando

o tempo a todo custo.

Até julgo muito justo

bem macanudo e lindo,

pois encaro a tudo, rindo,

inda evitando falácias.

Ao ano velho, mil gracias.

Ao ano novo, bem-vindo.

PAULO DE FREITAS MENDONÇA
Enviado por PAULO DE FREITAS MENDONÇA em 02/01/2012
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