fragilidade

tenho agora a precisão da fragilidade. do que é ter que sobreviver. uma tarefa que de simples não tem nada. é até bastante árdua quando a nossa auto-estima anda mais apagada e as pernas caminham forçadas pela necessidade e não pela vontade.

o nascer do dia é um desafio. ao abrir os olhos para ver as horas a vontade imediata é de voltar a fechá-los. cobrir-me até à ponta dos cabelos e deixar-me vegetar. é claro que no mesmo instante sou resgatada para a realidade.

o segundo desafio é arrastar-me até ao banheiro e ter que me confrontar com a imagem reflectida no espelho do lavatório. deparo-me com um rosto triste, angustiado e cansado. acho-me feia quando não sorrio. não é só a falta de um rasgar de lábios mas também a ausência de um olhar brilhante que transmita determinação.

outros desafios surgem ao longo do dia. as saudades da mariana. depois, a solidão, a noite e as insónias.

lunapensativa
Enviado por lunapensativa em 07/05/2005
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